Por Deisy de Assis

Os recursos naturais são utilizados em larga escala para a produção de alimentos para cães e gatos, o que torna a busca por soluções sustentáveis uma necessidade. Diante da demanda, empresas do segmento petfood têm investido em meios de minimizar os impactos ao meio ambiente e viabilizar ao máximo o aproveitamento dos alimentos pelos animais.

Na Alltech, empresa internacional de nutrição animal com sede no Brasil, a produção tem recebido ajustes. A empresa adotou um circuito fechado de água, para evitar a perda do recurso natural durante os processos, e investiu em tratamento de resíduos sólidos.

“Para diminuir o consumo de energia, as operações foram programadas fora dos horários de pico. Além disso, passamos a usar apenas lâmpadas de LED em toda a empresa”, argumenta a coordenadora de meio ambiente da Alltech do Brasil, Clarissa Teixeira da Cunha Zanato.

Segundo a doutora em nutrição animal Flávia Saad, do departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, de maneira geral a indústria brasileira de petfood já se mostra mais consciente quanto à importância de processos mais sustentáveis, embora as ações fora do País sejam mais expressivas.

“Apesar de começarmos a observar essas mudanças no Brasil somente nos últimos cinco anos, podemos esperar que as iniciativas se intensifiquem, até por conta da competitividade diante dos avanços em outros países”, comenta.

Saúde animal e sustentabilidade

Mas não é apenas nos processos fabris que a sustentabilidade aparece no mercado de petfood. O produto final também tem sido pensando de forma a contribuir com a saúde dos cães e gatos e, a partir disso, ter impactos menores na natureza.

“Com o uso de produtos naturais e orgânicos na composição das rações, por exemplo, caso o animal não venha aproveitá-los em sua totalidade, o meio ambiente reaproveita estes compostos”, argumenta Maurício Rocha, gerente de soluções PetFood da Alltech para América Latina.

A professora Flávia Saad explica que na utilização de ingredientes mais digestivos em rações também há resultados ao meio ambiente. “Essas rações propiciam um melhor aproveitamento pelos cães e gatos e, consequentemente, um menor consumo, emissão de menos resíduos e de CO2”, argumenta a doutora em nutrição.

Alimentos orgânicos

Pensando nessa relação saúde animal e sustentabilidade, o médico veterinário Rodrigo Bazolli, especialista em nutrição de cães e gatos, desenvolveu os biscoitos Dr. Stanley, uma linha de petiscos orgânicos para cachorros.

Bazolli comenta que há uma carência de produtos desse gênero no mercado pet e esse foi um fator de incentivo para que ele investisse nos estudos que resultaram no produto. “Os biscoitos são ricos em cereais integrais e feitos com ingredientes livres de agrotóxicos, sem conservantes químicos ou corantes”, ressalta.

Para reduzir os impactos à natureza, a produção é feita a partir de fontes renováveis, sem uso de gases ou carvão. O veterinário e sua equipe já trabalham para desenvolver uma ração nos mesmos padrões.

Ações que visam a sustentabilidade podem concorrem ao Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, que está em sua 5ª edição e tem inscrições abertas até o dia 30 de agosto.