Economia
09/03/2018Inflação de fevereiro registra a menor variação para o mês desde 2010
Medição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, nos primeiros dois meses do ano, o IPCA teve incremento de 0,61%
Apesar dos sinais claros de estabilidade, é possível que alguns alimentos sigam a tendência de alta em abril, tendo em vista a distribuição irregular de chuvas no País
(Arte: TUTU)
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,32% em fevereiro, após alta de 0,29% em janeiro. Essa é o menor resultado para o mês de fevereiro desde 2010, quando o índice indicava aumento de 0,13%.
A medição é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aponta que, nos primeiros dois meses do ano, o IPCA teve incremento de 0,61%, e no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação aumentou 2,84%.
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Entre os nove grupos que compõem o indicador, dois tiveram variação negativa: alimentação e bebidas (-0,33%) e vestuário (-0,38%). O peso médio desses grupos, somados, no resultado geral de fevereiro, foi de pouco mais de 30%.
Para se beneficiar do comportamento desses preços, os consumidores podem priorizar o consumo dos seguintes itens que registram queda em seus preços médios, tais como: pacu (-5,15%), mandioquinha (-6,42%), coentro (-6,72%), inhame (-6,99%), quiabo (-8,18%), goiaba (-8,99%), limão (-22,78%) e abacate (-31,1%).
Em compensação, deve-se evitar os itens que mostraram variação de alta em seus preços médios, como: cebola (12,18%), anchova (10,03%), morango (6,68%), abóbora (5,58%), dourado (4,89%), manga (4,67%), abacaxi (4,48%) e couve-flor (3,69%).
Como de costume, em fevereiro, educação encerrou o segundo mês do ano 3,89%, abaixo do aumento de 5,04% observado no mesmo mês de 2017. Em 12 meses, a alta foi de 5,86%, e no ano, 4,12%. Esse comportamento já era esperado, tendo em vista o início do ano letivo e seus reajustes anuais.
No mês, as pressões mais contundentes foram observadas em educação infantil (7,34%), ensino fundamental (6,96%), ensino médio (6,77%), cursos regulares (5,23%), pós-graduação (5,11%), curso de idioma (5,07%) e creche (4,07%). Observando a série histórica, verifica-se que não costuma haver outra alta de preços que tenha a mesma relevância da percebida em fevereiro, e o valor do acumulado em 12 meses já dá uma ideia bastante clara de como o grupo deve encerrar o ano.
A segunda maior pressão de alta no mês foi originária do aumento de 0,74% em transportes. No acumulado dos últimos 12 meses, houve incremento de 4,96%. Em 2018, o grupo acumulou 1,84% de alta. Os principais destaques que impulsionaram o segmento foram: trem (7,43%), gás veicular (2,99%), ônibus urbano (1,9%), táxi (1,73%), aluguel de veículo (1,45%), etanol (1,42%), metrô (1,13%) e pneu (1,1%).
Com base nos dados informados pelo IBGE, a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) afirma que a média dos preços segue comportada e há razoável dispersão de quedas em grupos que possuem relevância no orçamento familiar.
Apesar dos sinais claros de estabilidade, é possível que alguns alimentos sigam a tendência de alta em abril, tendo em vista a distribuição irregular de chuvas no País, que prejudica o beneficiamento de algumas lavouras e encarece os custos logísticos em decorrência da situação precária das vias de escoamento.
Todavia, o segmento saúde deverá assumir o protagonismo das elevações, pois entra em vigor em 1º de abril o reajuste dos medicamentos, e a expectativa é que os preços tenham alta média de pouco mais de 2,8%.
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