Economia
23/09/2015Inflação pode ter rebaixado nível social de 1,2 milhão de famílias
Estimativas da Entidade apontam para um regresso de 90 mil famílias da classe B (renda até R$ 14.500,00) para a C; mais de 230 mil famílias teriam passado da classe C para a D; e quase 920 mil da D para a E
Impulsionadas pela expansão dos programas sociais, por maior acesso ao crédito e pelo crescimento real da renda, as classes populares alavancaram seu padrão de consumo e contribuíram para o expressivo crescimento do setor de comércio e serviços. Porém, o aumento da inflação e os juros altos, somados à dificuldade para conseguir novos empréstimos e ao aumento do desemprego colocaram em risco essa ascensão social das famílias brasileiras, sobretudo as de menor renda. Segundo uma simulação realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mais de 1,2 milhão de famílias brasileiras teriam regredido socialmente nos últimos 12 meses.
Problema estrutural
A Federação acredita que a dificuldade fiscal no País se caracteriza por fatores estruturais, e não conjunturais, e que não há mais espaço para o avanço da carga tributária, haja vista que o Brasil apresenta uma das mais altas tributações do Planeta. O ajuste deve ser integralmente feito sob a forma de redução do Estado, que hoje representa 40% do PIB.
Para a FecomercioSP, quando se aumentam os tributos de empresas, a tendência é de que os preços dos produtos se elevem e os níveis de investimentos e emprego decaiam. Caso isso ocorra, as famílias terão menos dinheiro disponível para consumo e poupança.
De acordo com a Entidade, o total da poupança das famílias, além de já ser relativamente baixo, vem diminuindo e tende a desaparecer se o governo avançar sobre as famílias que mais poupam. Caso isso ocorra, ficará ainda mais escasso o crédito que até agora foi utilizado para respaldar a classe média e as camadas de menor renda.
Confira no infográfico abaixo os principais pontos destacados na simulação:
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