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Imprensa

Intenção de consumo sobe 0,5% em novembro e atinge 73,9 pontos, aponta FecomercioSP

Segundo a Entidade, os itens relacionados ao consumo atual foram os responsáveis pelo crescimento do otimismo das famílias paulistanas

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São Paulo, 07 de dezembro de 2016 - Em novembro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou a quinta alta consecutiva, registrando 73,9 pontos no mês, o maior patamar desde julho de 2015. Em relação a outubro, o crescimento foi de 0,5% e no contraponto anual de 13,1%. O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.

Os destaques de novembro, ao contrário do que ocorreu nos meses anteriores, foram os itens relacionados ao momento atual. As maiores elevações no comparativo mensal foram o item Nível de Consumo Atual que passou dos 40,6 pontos para 42,4 pontos em novembro, alta de 4,5% no comparativo mensal e o item Emprego Atual que subiu 1,3% e atingiu os 98,6 pontos, se aproximando cada vez mais da barreira de satisfação dos 100 pontos.

Apesar da elevação, a assessoria econômica da FecomercioSP pondera que o item Nível de Consumo Atual é o que tem a menor pontuação, dessa forma, nesta magnitude qualquer mudança tende a ter variações mais acentuadas. Assim, a grande maioria dos paulistanos ainda está gastando menos em relação ao ano passado e, portanto, a alta deve ser entendida meramente como uma leve recuperação da insatisfação.

Outro destaque, o item Emprego Atual revelou que os paulistanos também estão menos inseguros nos seus empregos em relação ao mesmo período do ano passado, com elevação de 8,3%.

No que tange ao consumo e emprego, os itens de expectativa para o futuro tiveram resultados modestos e até mesmo negativos na comparação mensal, porém, apresentaram expressivos crescimentos em relação ao mesmo período de 2015. O item Perspectiva Profissional retraiu 1,1%, na comparação com outubro, e atingiu os 108,1 pontos, alta de 18,4% no contraponto anual. Este é o único item entre os avaliados que está no patamar de satisfação, acima dos 100 pontos, em que a maioria dos paulistanos prevê uma melhoria profissional para o responsável pelo domicílio nos próximos seis meses.

Já o item Perspectiva de Consumo, por sua vez, teve leve alta mensal de 1,2% e chegou aos 68,9 pontos, 51,6% acima do visto em novembro do ano passado, quando foi registrado 45,4 pontos.

O item Renda Atual atingiu, em novembro, 82,4 pontos, elevação anual de 6,7%. A Federação ressalta que o resultado é motivado pelo arrefecimento da inflação. Até outubro o IPCA (inflação - índice de preços) na Região Metropolitana de São Paulo subiu 7,3% no acumulado de 12 meses, abaixo dos 10,5% registrados no mesmo período do ano passado. A inflação segue na trajetória descendente, o que contribui para aumentar o poder de compra das famílias.

O último item que registrou crescimento em relação a outubro foi o Momento para Duráveis com 1%, passando de 48 pontos para 48,5 pontos, ou seja, pouca diferença mensal, mas houve elevação de 17,6% no comparativo anual. Mesmo com esta redução gradual da insatisfação, o patamar ainda é muito baixo o que significa que a grande maioria das famílias paulistanas está considerando um mau momento para compras de bens como TV, geladeira, fogão, etc.

Por fim, o item Acesso a Crédito foi o único que apresentou queda tanto na comparação mensal quanto na anual. Contra outubro a retração foi de 2,1% e de 2,4% na comparação com novembro de 2015. A pontuação no mês foi de 68,3 pontos. Segundo a FecomercioSP, o resultado mostra que com a maior seletividade dos bancos diante da crise econômica e os juros batendo recordes de alta, o consumidor encontra mais dificuldades de obtenção de crédito para compras a prazo.

Na análise por faixa de renda houve uma assimetria nos resultados. As famílias com renda abaixo de dez salários mínimos aumentaram a sua pontuação de 72,3 pontos para 73,5 pontos em novembro, alta de 1,7%. O índice de intenção de consumo das famílias com renda superior a esta faixa, porém, caiu 2,6% em relação ao mês anterior e atingiu os 75,1 pontos. Na comparação anual, as duas faixas exibiram crescimento, de 9,5% e 24,7% respectivamente.

tabela_icf_nov_2016
Segundo a FecomercioSP, a recuperação do índice está atrelada, principalmente, à melhoria das expectativas, e por isso, não tem se revertido em benefícios para o presente, especialmente, porque o dado de desempregados no País ainda é preocupante. Enquanto não houver recuperação desta variável, a Entidade acredita que dificilmente o varejo verá crescimento significativo nas vendas.

Para o próximo ano, o setor ainda terá que esperar pelo desenrolar de novos fatos políticos, como o resultado da eleição americana, para continuar a trajetória de crescimento da intenção do consumo. A FecomercioSP pondera que caso o presidente americano eleito decida por aumentar os gastos públicos, como o mercado está esperando, poderá também aumentar os juros e, com isso, haverá uma alocação de recursos para aquele País, o que evitará internamente uma queda maior dos juros e da inflação, este último pressionado por uma possível desvalorização da moeda nacional. Portanto, além da continuidade dos efeitos da maior crise que o Brasil já passou, agora tem o cenário externo, que deverá dificultar ainda mais a retomada da economia brasileira.

Metodologia
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: emprego atual; perspectiva profissional; renda atual; acesso ao crédito; nível de consumo atual; perspectiva de consumo e momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, transformando-se, com base no ponto de vista dos consumidores e não no uso de modelos econométricos, em uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras.

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