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Negócios

Investimento em nanofranquias deve ser feito com cautela

Modalidade de negócios ganha destaque entre empreendedores de primeira viagem

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Investimento em nanofranquias deve ser feito com cautela

A principal característica da modalidade nano é a possibilidade de ser operada pelo empreendedor em sistema home based, ou seja, na própria casa
(Arte TUTU)

Com informações de Lúcia Helena de Camargo

As nanofranquias – aquelas com investimento máximo em torno de R$20 mil – ganham relevância dentro do aquecido mercado de franquias, que cresceu 8% no último ano, com faturamento chegando a R$ 38,8 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

A principal característica da modalidade nano é a possibilidade de ser operada pelo empreendedor em sistema home based, ou seja, na própria casa, sem necessidade de sede, o que elimina despesas com aluguel, água, luz, gás e outros custos relacionados  a imóveis.

Foi na segunda metade de 2015 que o termo nanofranquia começou a figurar no mercado. Por se tratar de fenômeno recente, ainda não possuem mapeamento ou classificação oficial na ABF, que as engloba no universo das microfranquias – negócios com investimento máximo de R$ 90 mil.

“A nanofranquia ganha destaque em razão da conjuntura, que despertou em muita gente o desejo de empreender depois da perda do emprego formal”, resume o sócio da Franquear Consultoria, Diego Mendonça, que ressalta a taxa de desemprego de 11,9% divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao fim de 2016.

A ABF lista em seu site três dezenas de franquias disponíveis com investimento inicial de até R$ 25 mil. Os consultores alertam, no entanto, que escolher uma franquia apenas pelo valor do investimento é o maior erro que o potencial empreendedor pode cometer. “O ideal é encontrar um negócio com o qual possua afinidade. Se odeia carros, dificilmente se dará bem montando uma empresa de serviços automotivos”, diz o coordenador do comitê de microfranquias da ABF, José Rubens Oliva Rodrigues.

Quem encontra um nicho ao qual se adapta, não quer mais carteira assinada. É o caso de Ricardo Augusto, que comprou a franquia da Mr. Kids, por R$ 18 mil, em 2015. E hoje é um dos mais bem-sucedidos franqueados da rede, atuando na região de Sorocaba. Então funcionário do Banco do Brasil, planejou antes de deixar o emprego. Demorou sete meses para recuperar o investimento. Hoje, lucra R$ 6 mil mensais.

A franquia consiste em máquinas que entregam pequenos brinquedos, mediante a colocação de moedas. São geralmente instaladas em hipermercados e grandes centros de compras, locais com grande trânsito de pessoas acompanhadas de crianças. “O maior desafio é negociar o ponto”, conta o empreendedor. O tempo gasto na operação é pequeno. “Passo uma ou duas vezes por semana para abastecer as máquinas e recolher as moedas”. Um problema generalizado no comércio – a escassez de troco – ajuda o negócio a prosperar. Os estabelecimentos autorizam a fixação das máquinas pela opção de trocar por notas ali mesmo todas as moedas coletadas.

Modelo testado

O grande apelo das franquias está em não precisar arcar com percalços. Em tese, o franqueador vende um modelo já testado e aprovado. Nesse quesito, convém dobrar o cuidado com franquias muito recentes.

“Aconselho a ler detalhadamente a Circular de Oferta de Franquia (COF), falar com quem possui a franquia e principalmente com aqueles que desistiram do negócio, porque esses é que vão apontar os possíveis problemas”, indica o proprietário da consultoria Rizzo Franchise, Marcus Rizzo.

Outro componente primordial, segundo Diego Mendonça, é a assistência. “O nível de suporte e acompanhamento demandado por franquias pequenas é maior, justamente porque o nanofranqueado em geral é inexperiente.”

O diretor-executivo no Brasil da franquia de limpeza comercial Jan-Pro, Renato Ticoulat, lida com esse fator. A empresa oferece desde modelos nano, com investimento inicial de R$ 7,5 mil, até empresariais, que chegam a R$ 198 mil. “Os pequenos precisam de mais atenção”, confirma.

Com matriz nos Estados Unidos, a Jan-Pro chegou ao Brasil em 2011. De 2015 para 2016, seu faturamento cresceu 57%. São 187 franqueados no País. Em 2015, Ticoulat lançou a franquia Limpeza com Zelo, agora com foco na limpeza residencial. Com investimento começando em R$ 8,4 mil, o faturamento gira em torno de R$ 1,25 mil mensais, com possibilidades de ganhos maiores conforme a carteira de clientes aumenta. Há 30 franqueados em São Paulo. 

Para empreender

De acordo com o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Darcy Paulino Lucca Júnior, a recomendação é que seja feita uma análise minuciosa da própria capacidade de investimento e do mercado.

Para ele o maior obstáculo é o planejamento financeiro. “Alguns aplicam tudo o que possuem no empreendimento, esquecendo que até o negócio deslanchar precisam continuar vivendo.”

Confira a reportagem na íntegra, publicada na revista C&S.

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