Sustentabilidade
15/06/2015Investimentos em fontes de energia limpas ainda são desafio para o País
Especialistas apontam a necessidade de avanços nas pesquisas em tecnologia para melhor eficiência
Por Deisy de Assis
Nas últimas décadas, se intensificaram as discussões sobre a necessidade de diminuição dos impactos causados ao meio ambiente pelas atividades humanas. No exterior, em especial nos Estados Unidos, na Alemanha e na China, avançam as medidas para implementar alternativas limpas à geração de energia. Mas no Brasil, quem estuda o assunto aponta um preocupante retrocesso.
De acordo com o presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, professor José Goldemberg, até dez anos atrás o país fazia o uso de hidrelétricas para a geração de energia elétrica, além de investir em usinas eólica e solar. “No entanto, com a alegação de ausência de chuvas, o governo passou a utilizar as termelétricas e deixou de investir na energia limpa”, ressalta o professor.
Além disso, Goldemberg afirma que o programa de produção de etanol do governo federal deixou de crescer desde que o preço da gasolina foi congelado, em 2009.
Segundo o Balanço Energético Nacional, 41% das fontes de energia são renováveis, ou seja, são alternativas limpas aos combustíveis fósseis e à produção de energia elétrica. Goldemberg não considera o dado ruim, mas alerta que esse índice já esteve melhor, perto da casa dos 50%.
Porém, é possível ter boa perspectiva, na opinião da professora Rosana Maria Henrique, que leciona a disciplina “Energias Renováveis e Tecnologia não Poluente” no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Anhembi Morumbi.
“O Brasil tem produzido etanol e biodiesel em larga escala e deve atuar competitivamente, usando óleos de sementes como dendê, mamona e soja, que podem substituir o diesel. Outra aposta é a produção de biodiesel por meio de algas”, afirma.
Articulações internacionais
Os professores dão destaque ao alerta dos países do G7, feito durante reunião realizada no início deste mês, na Alemanha. A indicação é de que até o ano 2050 seja cortada em até 70% a emissão dos gases causadores do aquecimento global, os quais são originados da queima de combustíveis fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural.
“Não temos mais tempo. Precisamos implementar alternativas com urgência”, diz a professora Rosana. Já Goldemberg afirma que a necessidade vai impor as ações.
A docente da Universidade Anhembi Morumbi argumenta que embora fontes renováveis - biomassa, solar e eólica - venham a ocupar maior parcela na matriz energética mundial, são necessários avanços na área de pesquisa em tecnologia.
“Somente assim vamos melhorar a eficiência de conversão energética, reduzir impactos ambientais e aumentar a competitividade comercial”, explica.
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