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Sustentabilidade

José Goldemberg alerta para a importância do descarte correto de medicamentos durante evento em São Paulo

Simpósio contou com a presença do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma-SP), filiado à FecomercioSP

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José Goldemberg alerta para a importância do descarte correto de medicamentos durante evento em São Paulo

Durante o evento foi destacada a maior responsabilidade da indústria no processo de logística reversa de medicamentos

Por Deisy de Assis

Em sua palestra magna no Simpósio Internacional de Resíduos de Serviços de Saúde (SIRSS), realizado entre os dias 11 e 13 deste mês, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, o presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, José Goldemberg, falou sobre a quantidade de medicamentos descartados incorretamente no Brasil, em virtude da ausência de um sistema eficaz de logística reversa.

Goldemberg destacou que aproximadamente 13,8 mil toneladas de resíduos de medicamentos são descartadas pela população brasileira todo ano, segundo estimativa obtida a partir de dados internacionais, englobada pela pesquisa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O evento teve a presença da gerente de resíduos perigosos e ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Sabrina Gimenes de Andrade, e do diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma-SP), filiado à FecomercioSP, Juan Carlos Becerra Ligos.

Cases

Na ocasião, dois modelos de sistema de logística reversa de medicamentos foram apresentados, um deles, o programa do grupo Dimed, da região Sul do País. Ele foi criado por iniciativa própria há cinco anos e hoje conta com 105 pontos de coleta espalhados por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A Dimed já arrecadou aproximadamente 27 toneladas desde que começou o trabalho. Durante o primeiro ano, o grupo arcou com todos os custos, incluindo a destinação final, mas a partir de 2011 a iniciativa passou a contar com o apoio de parcerias.

O projeto do Conselho Regional de Farmácia (CRF) da Bahia é outro exemplo. São 50 coletores subsidiados nas cidades de Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas e Simões Filho. Nele, a destinação final é feita por empresa contratada pelas próprias farmácias.

“São projetos que mostram o quanto é possível fazer a logística reversa acontecer”, comentou a assessora do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Cortez, que frisa ainda que ambos utilizam a estação coletora desenvolvida pela empresa BHS, vencedora do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade em 2013.

Coprocessamento como alternativa

De maneira geral, para o ciclo de logística reversa de medicamentos, grupos de trabalho discutem sobre pontos de coleta, transporte, tratamento e disposição de possíveis rejeitos em aterros industriais.

Porém, uma opção comentada durante o SIRSS foi a de coprocessamento dos medicamentos vencidos e em desuso coletados, na qual eles são utilizados como combustível nos fornos da indústria de cimento. 

 “Trata-se de uma alternativa mais econômica, uma vez que há mais coprocessadores do que incineradores. Além disso, se o transporte de tais medicamentos puder ser feito pelo distribuidor junto com os remédios "novos", provocaria uma queda enorme do custo da logística”, comenta Cristiane.

A opção de coprocessar medicamentos vencidos já é prevista na resolução 264/1999 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

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