Economia
06/06/2017“Legislação trabalhista vai contra o desejo dos talentosos”, diz André Farber
Vice-presidente de negócios de O Boticário diz que CLT impede jovens de ter flexibilidade no trabalho
André Farber diz que legislação trabalhista e sistema tributário dificultam os negócios no País
(Tutu)
A atual legislação trabalhista brasileira não é um empecilho, mas, de fato, dificulta a prosperidade dos negócios no País. É o que avalia o vice-presidente de negócios de O Boticário, André Farber.
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Em entrevista ao UM BRASIL, Farber afirma que, embora a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não tenha impedido a empresa de crescer e de ter ganhado mercado até mesmo fora do País, a lei vai na contramão do que desejam os jovens talentosos.
“O mundo atual é o mundo dos talentos, onde as pessoas querem liberdade, onde elas querem trabalhar a hora que puderem, de onde quiserem, com flexibilidade. Os talentos exigem isso. De acordo com a legislação, temos que ter a hora para entrar, a hora para sair, a hora correta do almoço. Não pode ter flexibilidade”, diz Farber. “Chega para um jovem supertalentoso aos 23 anos e diz: ‘entra às 9h, sai às 18h, almoço tal hora’. Ninguém quer”, completa.
Segundo ele, rever a legislação é uma maneira de atender à demanda dos novos profissionais, de maneira que possa adequar seus desejos ao mundo moderno. “Se a gente quer atender à demanda do talento e do jovem, vamos contra a legislação.”
Como exemplo, Farber, que também é diretor da empresa na Colômbia, cita que empreender no país vizinho é mais fácil do que no próprio País, em função do sistema tributário colombiano ser mais simples do que o brasileiro.
“A Colômbia é bem mais fácil do que o Brasil. As regras são mais claras e de mais fácil entendimento”, ressalta.
O vice-presidente de negócios de O Boticário não vê o empresariado brasileiro como dependente do Estado, mas diz que a categoria deve se posicionar mais nos debates políticos da atualidade.
“Acho que a sociedade brasileira desistiu da política e da economia. Ela se cansou desses temas e os abandonou. E como os abandonou, deixou para poucos cuidarem e deu no que deu. Acho que estamos em um momento de as pessoas entenderem que não dá para ser assim. Acho que isso vale para o empresariado também”, afirma.
A entrevista faz parte da série “Diálogos que Conectam”, realizada pelo UM BRASIL em parceria com a Brazil Conference – evento realizado anualmente por alunos brasileiros da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.
Confira na íntegra abaixo:
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