Negócios
24/08/2016Lojas virtuais que vendem eletrônicos estão mais propensas a tentativas de fraudes
Itens com maior valor agregado são fáceis de serem repassados no mercado ilegal. Especialistas dão dicas para o empresário do setor se prevenir
Em momentos de crise, quando o índice de desemprego sobre, nota-se que esse golpe se torna mais comum
(Arte/TUTU)
Por Jamille Niero
Nenhuma empresa do comércio eletrônico está livre de sofrer fraudes. Mas entre as lojas virtuais mais propensas a golpes estão aquelas dos segmentos de games, celular, informática, eletrônicos e automotivo."As categorias mais vulneráveis e suscetíveis são as lojas virtuais com tíquete médio mais alto e que vendem produtos com maior valor agregado, como computador, televisor, smartphone e produtos eletrônicos", diz Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da E-bit."Games e eletrônicos estão no topo do ranking porque são produtos mais fáceis de repassar no mercado negro do que equipamentos maiores ou de menor liquidez", concorda Henrique Martins, especialista de Inteligência Estatística da ClearSale.
Segundo Martins, as falsificações ocorrem com mais frequência com os meios de pagamento não presenciais e que necessitam de pagamento posterior. O especialista cita como exemplo o cartão de crédito, que é o ponto mais frágil. "O cartão é mais fácil de ser usado pelo bom comprador, mas também pelos fraudadores, já que exige apenas os dados numéricos para efetuar compras, diferente do boleto, que precisa que o banco confirme o pagamento", diz.
Pedro Guasti alerta para a importância do e-commerce ter ferramentas que verifiquem se quem está fazendo a compra é real e não está se passando por terceiros. Existem no mercado algumas soluções focadas nessa atuação.
Outra opção, segundo Guasti, é ao contratar uma empresa especializada em pagamentos optar por incluir no pacote a análise de fraude. "Essas empresas cobram geralmente 5% ou 6% de comissão sobre o pagamento para realizar transação e também a análise de risco, garantindo que o vendedor não tenha prejuízo", destaca.
Efeitos da crise
Martins avisa que a crise econômica e a queda no consumo elevam a proporção de fraudes. Quando o faturamento cai, mas o valor da compra feita pelo fraudador permanece, há prejuízo para a loja virtual. Se a empresa está tentando eliminar custos para equilibrar o orçamento, já que eventualmente pode estar vendendo menos, há o risco de perder mais receita por não estar atenta a esse tipo de trapaça. "No final, por mais que o mercado esteja em recessão, é importante sempre se preocupar com trapaças porque vão sempre existir", frisa o especialista da ClearSale, reforçando que em momentos de crise nota-se que esse golpe se torna comum quando o índice de desemprego sobe.
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