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Sustentabilidade

Materiais mais eficientes e itens reformados compõem decoração sustentável

Para especialistas, é preciso ainda pensar na utilidade de cada objeto e não só no seu papel decorativo

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Materiais mais eficientes e itens reformados compõem decoração sustentável

Por Jamille Niero

A sustentabilidade pode ser aplicada no dia a dia nas mais diversas formas, como na decoração de uma casa, por exemplo. Aqui ela aparece tanto na arquitetura quanto na ambientação, seja utilizando materiais mais eficientes quanto reaproveitando itens, dando novas funções a eles. No primeiro caso, são exemplos as lâmpadas de LED, que são cerca de 80% mais econômicas que as incandescentes e 35% na comparação com as fluorescentes, e os itens feitos de madeira de demolição, como prateleiras e armários. A outra opção consiste em dar uma nova função a algo já existente – como transformar uma caixa de madeira de feira em uma prateleira, por exemplo. “Dentro do conceito dos 3R´s da sustentabilidade - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - a reutilização dos materiais existentes junto com a criatividade e a necessidade de uso cria um ciclo fechado onde poderemos utilizar por várias vezes, de forma diferentes, esse material. Isso define a decoração sustentável”, explica Wellington Prato Cardoso, docente da área de arquitetura e urbanismo do Senac Santa Cecília, em São Paulo.

Para o arquiteto Italo Priore, do IBD Arquitetura, as duas opções sempre saem mais em conta do que comprar um novo. O consumo consciente e questões ambientais como a crise hídrica estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas e fazem com que elas pensem em práticas mais sustentáveis. “Não gostamos de seguir padrões, mas sugerimos aos clientes usar materiais diferentes, reformando alguns itens, não só pela importância ambiental, mas também por gerar uma identidade única”, diz. Entre as sugestões feitas aos clientes do escritório estão a utilização de paletes de madeira como painéis, cabos de vassoura enfileirados fazendo papel de lambril, copo de vidro ou garrafa como pendentes, lâmpadas fora de uso como vaso para mini-hortas, a fabricação de ladrilho hidráulico de papelão, entre outros. O professor do Senac reforça que quase todo material pode ser reutilizado. “Mas sempre que formos reutilizar algum tipo de material devemos pensar para qual finalidade precisamos, para não acumularmos desnecessariamente”, pondera. 

Para reformas mais simples, como transformar um copo de vidro em um vaso, a própria pessoa pode fazer usando a criatividade. Já algumas mudanças mais complexas, como reformar paletes e transformá-los em painéis ou que envolvam estofados, o ideal é contratar algum profissional especializado para não estragar o objeto. 

Segundo Priore, qualquer ambiente pode receber esse tipo de decoração. Duas opções são: tirar proveito do ambiente que já tem uma identidade definida, como cimento queimado, com a fundação aparente ou uma parede descascada e introduzir algo também rústico, como a caixa de feira e o palete de madeira. Por outro lado, dá para introduzir uma cadeira antiga reformada em um ambiente clean, com mármore, e fazer do objeto o destaque, o diferencial. Cardoso concorda e acrescenta: “é a nossa necessidade e criatividade que vai definir o ambiente que receberá o produto”.

Móveis antigos – o chamado estilo vintage – é algo que está na moda.  Contudo, peças decorativas desse estilo são caras. Ao reformar um móvel antigo, além de retomar a utilidade do objeto, permite recuperar a história de uma época. “Feiras do setor têm mostrado essa tendência: contar uma história através do objeto. Tentar contemplar no objeto algo que te faz lembrar coisas boas. Tem sido muito utilizado na decoração contemporânea”, explica o arquiteto.

Outro ponto importante é não só pensar no lado decorativo dos objetos e materiais do ambiente, mas na sua utilidade e eficiência. “De que adianta projetar um ambiente todo de vidro, com lâmpadas de LED, revestimento biodegradável etc. mas gastar energia com ar condicionado? Precisamos também dar a função correta para o objeto”, considera Priore, destacando o papel do profissional especializado na função, como os arquitetos e os designers de interiores. Segundo Cardoso, o designer consegue ainda prever quais reaproveitamentos poderão acontecer, assim otimizando os custos do projeto. 

Projetos que envolvam a aplicação de práticas sustentáveis no dia a dia podem concorrer ao 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade. Para mais informações e inscrições, clique aqui

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