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Sustentabilidade

Menos é mais: o consumo consciente e a importância dos hábitos na prática

Entenda como consumir com responsabilidade contribui para evitar excessos, desperdícios e reduzir os impactos sociais, ambientais e econômicos

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Menos é mais: o consumo consciente e a importância dos hábitos na prática
Pensar no consumo consciente, ou sustentável, envolve três frentes: ambiental, econômica e social, conhecido como “tripé da sustentabilidade” (Arte: TUTU)

A compra consciente vai muito além de comprar menos. Trata-se de uma prática responsável, na qual as pessoas avaliam as próprias escolhas de produtos e serviços com foco nos impactos sociais, ambientais e econômicos.

Consumir moderadamente, de maneira mais inteligente e ética, é a resposta. Essa atitude leva em consideração não apenas o benefício pessoal, mas também o impacto que as ações de consumo descomedido causam ao meio ambiente e à sociedade como um todo. Uma mudança de consciência que se faz cada vez mais necessária em um mundo onde os recursos naturais são limitados.

Frente a essas questões, o Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) debateu e promoveu orientações e informações sobre o tema, na reunião de setembro.

Ao comprar de forma consciente, cada indivíduo contribui para um planeta mais saudável e para uma sociedade mais justa. “O consumo consciente não é sobre deixar de consumir, mas sobre consumir melhor e com menos impacto, evitando excessos e desperdícios. Essa adoção pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e garantir também um futuro mais sustentável e equilibrado para as próximas gerações”, destacou o professor José Goldemberg, presidente do conselho.

O que é consumo consciente para o consumidor?

Durante a reunião, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) abordou os resultados do estudo Consumo Consciente, que apresenta informações e insights sobre hábitos (regionais e globais) de compra. O levantamento, realizado em outubro de 2023, contemplou mais de mil entrevistas. “Os consumidores, mais conscientes, estão avaliando as práticas internas das empresas”, afirmou Fernanda Lopes, analista de Sustentabilidade da entidade. Um terço dos entrevistados considera as ações dos negócios ao tomar decisões de compra, especialmente em casos de escândalos ou desrespeito aos empregados (39%), fraude e corrupção (37%) e desrespeito ao meio ambiente (35%).

Os dados apontam que as empresas não devem só pensar e fazer produtos e serviços inovadores. O consumidor, mais do que comprar, quer saber sobre a companhia, a origem das mercadorias e os seus valores socioambientais.

A pesquisa indicou que 61% dos entrevistados acreditam que o consumo consciente seja reduzir a poluição, ao passo que para 48% seria repensar os hábitos de consumo. Já 58% dos consumidores consideram importante que produtos e serviços das empresas tenham selos ou certificações sociais e ambientais, enfatizando a sustentabilidade. “Entendemos que a questão da certificação é um desafio para os negócios, pois representa um investimento. Mas, de acordo com a pesquisa, o consumidor leva isso em consideração. Estamos falando de bandeiras como cruelty free [livre de crueldade], selo EuReciclo, FSC [Forest Stewardship Council®], normas ISO etc.”, completou a analista.

Demanda crescente no mercado

Ao cruzar as informações com outra pesquisa internacional, a The Green Divide, o estudo da CNC demonstrou que 76% dos consumidores brasileiros afirmam que a sustentabilidade é, hoje, mais importante para eles do que há dois anos; globalmente, essa mesma percepção é de 69%.

“Para a maioria da população do Brasil, a pauta é mais relevante [tabela1]. A realidade é que encaramos um consumidor afetado economicamente, que continua cauteloso e está cada vez mais criterioso em relação aos gastos, pois 65% dos entrevistados disseram que fazem muita pesquisa de preço antes de comprar, enquanto 29% se dizem moderados e 6% afirmam que consomem sem pensar”, adicionou.

Embora participem ativamente da reciclagem e da conservação de recursos, os consumidores acreditam ser fundamental que as marcas façam esforços semelhantes e comuniquem isso ao mercado, especialmente nos setores de consumo e de cuidados pessoais. No entanto, essa informação não é evidente nos produtos de limpeza. Os clientes, apesar de valorizar mais os benefícios econômicos, demostram apoio à reciclagem e à reutilização de materiais: 48% escolhem o produto pelo menor valor e 28% optam por aqueles que têm certificações ecológicas.

Em relação aos bens duráveis, como roupas ou acessórios, os consumidores agem com cautelosa e tentam consertar itens danificados antes de substituí-los — ou, caso não tenham mais interesse, optam por doá-los ou vendê-los. Quando não atendem mais às expectativas, 73% das pessoas doam para caridade e somente 4% entregam para a logística reversa. Quando estragam, 66% deles tentam consertar o produto e 29% doam as peças para a reciclagem.

No caso de produtos eletroeletrônicos, a maioria dos usuários (81%) procura maximizar o uso, consertando-os ou doando-os a organizações que utilizem seus componentes. “Mas observamos uma oportunidade para os sistemas de logística reversa, pois detectamos que 19% dos consumidores deixam os eletroeletrônicos guardados em casa (que vão acumulando) e 14% jogam no lixo comum — ou seja, um bom porcentual desses produtos poderia ir para esses sistemas”, observou Fernanda.

Outro setor interessante para os usuários que desejam apoiar a sustentabilidade é o Turismo, no qual 55% dos consumidores acreditam que as práticas sustentáveis sejam relevantes. O ecoturismo, por exemplo, é uma consideração importante na escolha de um destino de viagem, servindo como um meio de apoiar o meio ambiente e impactando positivamente os ecossistemas locais. Os três maiores porcentuais da pesquisa indicaram que 49% buscam conhecer outras culturas, 45% querem lazer e diversão e 31% desejam experimentar o ecoturismo ou turismo de aventura.

“Também perguntamos se os consumidores pagariam a sobretaxa opcional das companhias aéreas para compensar as emissões de gás carbono: 38% disseram que sim, caso tivessem mais informações a respeito dos resultados das ações. Isso representa uma oportunidade para as empresas do ramo fomentarem os respectivos programas de sustentabilidade, planos e ações de mitigação no mercado”, sinalizou a analista da CNC.

Governança, impactos e ‘greenwashing’

Além da procura crescente do consumidor, a pesquisa da CNC mostrou ainda que o papel da governança e a explosão dos custos em razão dos impactos das mudanças climáticas são os pilares que promovem os processos sustentáveis nas empresas.

À medida que a demanda por transparência aumenta, passar as mensagens corretas e fornecer acesso à verificação são fundamentais em todos os segmentos. Nesse contexto, 76% das pessoas deixam de comprar uma marca se esta praticar greenwashing [ação de marketing e comunicação que visa enganar os consumidores sobre os reais impactos ambientais de uma empresa].

Como consumir de forma consciente?

A fim de orientar acerca das boas práticas, a assessoria da FecomercioSP destaca dicas e importantes passos para cultivar hábitos mais sustentáveis, fazer compras moderadas e planejadas e dispensar sacolas e outros itens de plástico descartável, substituindo-os por outros da linha de bens duráveis e reutilizáveis de materiais como plástico rígido, vidro, metal, tecido, náilon e ráfia (no caso das sacolas, por exemplo), além de usar racionalmente papel, água, energia e outros bens e serviços. Vem com a gente! 

  • Opte por produtos mais sustentáveis > Antes de comprar, informe-se sobre como o produto foi produzido. Obtenha respostas procurando certificações e selos, que sinalizam a cadeia de produção.
  • Recicle > Separe os resíduos orgânicos e rejeitos (lixos de banheiro e cozinha) dos recicláveis (itens e embalagens de metal, papel, plástico e vidro). Adote o método paulistano de “separar em dois”, com o objetivo de destinar os resíduos orgânicos à coleta comum e os recicláveis, à coleta seletiva (podem ser acondicionados em um único saco). Não esqueça dos produtos que devem ser descartados nos pontos de entrega dos sistemas de logística reversa, como pilhas e baterias portáteis, eletroeletrônicos, óleo de cozinha usado, baterias de chumbo-ácido, lâmpadas, entre outros. É uma ação simples, mas que faz a diferença.
  • Reduza > Diminua a quantidade de resíduos produzidos na sua casa ou no trabalho. Incentive as pessoas a não usar copos ou outros materiais descartáveis. Evite sacolas plásticas e consuma apenas o necessário. Além da natureza, você economiza no orçamento.
  • Circule produtos em bom estado > Doe a pessoas carentes itens que não deseje mais e ainda estejam em condições adequadas de uso.
  • Economize água, papel e energia > Fuja do desperdício sem prejudicar a qualidade de vida. Fique atento a vazamentos em torneiras e chuveiros, evite tomar banhos longos, feche a torneira enquanto escova os dentes, só imprima quando necessário, apague a luz de cômodos desocupados, entre outras pequenas ações.

Além disso, acesse os e-books orientativos da Entidade que apoia as empresas e os consumidores nessas importantes jornadas: 

  • Desmitificando o ESG (acesse).
  • Engajando ESG com clientes (acesse).
  • Banimento do assédio no ambiente de trabalho (acesse).
  • Engajamento ESG com as cadeias de fornecedores (acesse)
  • Banimento da discriminação nas relações de consumo (acesse).
  • Economia de baixo carbono (acesse).
  • Logística Reversa (acesse).
  • Checklist ESG (acesse).
  • Mercado livre de energia (acesse).
  • Consumo eficiente de água (acesse).
  • Consumo eficiente de energia (acesse).

Quer mais?

Acompanhe todas as novidades e iniciativas da FecomercioSP por aqui. Acesse também a plataforma exclusiva de Logística Reversa para saber mais sobre o assunto.

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