Economia
19/06/2015“Mercado de trabalho deve melhorar após 2016”, avalia Mendonça de Barros
Economista José Roberto Mendonça de Barros é ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e um dos palestrantes do evento “O Ajuste Fiscal, Emprego e Produtividade”, que será realizado na FecomercioSP no dia 26
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Por Alessandra Jarussi
“O mercado de trabalho deverá melhorar apenas depois de 2016. Passaremos dois anos difíceis por conta dos ajustes que as empresas terão que fazer”. A avaliação é do economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e sócio da consultoria MB Associados. Ele é um dos palestrantes do evento “O Ajuste Fiscal, Emprego e Produtividade”, que será realizado na FecomercioSP, no dia 26 de junho, das 8h30 às 13h30.
“O ajuste fiscal, mesmo que menor que o preconizado inicialmente pelo ministro da Fazenda, conjugado com uma política monetária contracionista, será demorado, e suas consequências se farão presentes em todo o ano de 2015, com possibilidade de comprometer 2016. O tamanho das distorções na economia e a dificuldade política exigirão mais tempo do governo para ajustar a economia e resgatar a credibilidade”, afirma José Roberto Mendonça de Barros.
Na avaliação do economista, “o longo tempo de ajuste levará a economia a continuar em queda nos próximos meses, com diminuição do PIB e perda de emprego e renda”.
De acordo com projeções da MB Associados, “haverá perda líquida de emprego no mercado formal, medido pelo Caged, em 2015, da ordem de menos 160 mil vagas. A taxa de desemprego, medida pela PNAD Contínua, que capta o que ocorre em mais de 3 mil municípios, deverá chegar a quase 10% no final deste ano. O crescimento da massa salarial real medida pelo IBGE deverá ser negativo pela primeira vez em mais de 10 anos, na casa dos 2,5%”, afirma Mendonça de Barros.
Para que o brasileiro possa vislumbrar um quadro melhor de emprego e renda, o economista entende que “o caminho mais adequado de ajuste do governo seria pelo lado das despesas, a exemplo de uma sinalização de redução do número dos ministérios”. “Isso daria ao consumidor a sensação de que ‘agora é para valer’, mas, provavelmente, não farão isto, e o caminho deverá ser um aumento de impostos. A combinação de maior tributação com aumento de preços administrados não deve melhorar expectativas”, conclui.
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