Economia
06/03/2018Mercado de trabalho formal do setor de turismo paulista tem queda de 0,5% em 2017, aponta FecomercioSP
Segundo pesquisa da Entidade, apesar do resultado negativo, fica evidente uma desaceleração no fechamento de vagas no setor, uma vez que se trata da menor taxa de retração desde agosto de 2015
O grupo de transportes fechou 1.931 vagas formais, com destaque para a categoria de transporte aéreo
(Arte: TUTU)
O mercado de trabalho existente em decorrência da demanda dos turistas, seja de lazer, seja de corporativo, encerrou 2017 com o fechamento de 1.292 postos de trabalho. Apesar do resultado negativo, o número é bem inferior ao apurado em 2015 e 2016, quando 8.403 e 9.803 vagas com carteira assinada foram eliminadas, respectivamente. Dessa forma, o setor de turismo paulista encerrou o ano com um estoque ativo de 275.837 vínculos empregatícios, queda de 0,5% em relação a dezembro de 2016 – apesar de negativa, é a menor taxa de retração desde agosto de 2015.
Os dados são da Pesquisa de Emprego do Setor de Turismo (PESP Turismo), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
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Entre as sete atividades analisadas, quatro criaram empregos formais no acumulado do ano. Os destaques positivos ficaram por conta das agências e operadoras, com a geração de 448 vagas, e do setor de eventos, com abertura de 656 vínculos. No grupo agências e operadoras, chama a atenção os resultados da capital paulista, com 103 vagas a mais, enquanto o setor de eventos foi impulsionado pela atividade de organização de feiras, congressos e exposições, também em São Paulo, com 398 novos postos de trabalho.
Por outro lado, o grupo de transportes fechou 1.931 vagas formais, com destaque para a categoria de transporte aéreo regular de passageiros (-890 empregos), principalmente na capital paulista (-953 vagas). O setor de alimentação eliminou 574 empregos com carteira assinada.
Em termos proporcionais, o setor de transportes também apresentou a maior taxa de retração no estoque de trabalhadores formais em relação a 2016, de 1,8%, seguido pela atividade de alimentação. Nessa mesma base de comparação, o número de empregos com carteira assinada cresceu 5,2% no segmento de cultura e lazer e 3,9% no setor de eventos. Apenas em dezembro, 188 postos de trabalho foram fechados, principalmente em decorrência do desempenho negativo do segmento de transportes, com 684 vagas a menos, puxado pelas atividades de transporte rodoviário coletivo internacional de passageiros (-103 vagas) e do transporte aéreo regular de passageiros (-89 empregos).
De acordo com a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, a pouca geração de vagas no setor de transportes nos últimos anos impactou consideravelmente o segmento de turismo. "O desempenho do setor de transportes foi determinante para o saldo geral negativo, motivado pelo arrefecimento da demanda e da taxa de ocupação dos voos, resultando na perda de praticamente todas as vagas abertas pelo segmento entre 2012 e 2014. Por outro lado, o segmento de eventos mostrou uma recuperação, ainda que inicial, no setor de feiras, congressos e exposições, principalmente na capital paulista", afirma. "Em termos de remuneração, perdem-se vagas melhor remuneradas e se ampliam, paulatinamente, as ofertas de posições de baixa remuneração e de curta duração", completa.
Para Mariana, "a empregabilidade do turismo terá índices positivos, porém, com a oferta concentrada em posições que exigem menos qualificação, para justificar salários e encargos menores. Até que o poder de compra das famílias aumente, os empresários do setor agirão com cautela, esperando para ampliar suas equipes e áreas de atuação", conclui.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a expectativa é de que haja estabilização do mercado de trabalho no setor de turismo em 2018. Com a recuperação do poder de compra das famílias e confiança dos empresários, aos poucos o número de viagens vai se incrementando, exercendo efeito positivo sobre as receitas e, consequentemente, sobre a sua capacidade de empregabilidade.
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