Economia
23/02/2018Mercado de trabalho no comércio atacadista tem alta de 1,3% em 2017, após dois anos de retração
Segundo pesquisa da FecomercioSP, o atacado paulista abriu 6.208 vagas encerrando o ano com mais de 498 mil trabalhadores formais
No acumulado do ano, sete das dez atividades pesquisadas apresentaram alta no estoque de empregos, com destaque para o atacado de produtos farmacêuticos e higiene pessoal e para o setor de alimentos e bebidas
(Arte: TUTU)
Após dois anos de retração, o mercado de trabalho no comércio atacadista do Estado de São Paulo voltou a registrar mais admissões que desligamentos. Foram 6.208 novas vagas formais abertas em 2017, contrapondo a extinção de 7.474 vínculos do ano anterior. Desta forma, o atacado paulista encerrou 2017 com um estoque de 498.150 vínculos celetistas, alta de 1,3% em relação a 2016.
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentações declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em 16 regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.
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Em dezembro, 2.009 empregos formais foram extintos, resultado de 10.658 admissões contra 12.667 desligamentos, interrompendo uma série de oito altas consecutivas. Vale ressaltar, porém, que é o menor número de vagas fechadas em um mês de dezembro desde 2013, de modo que o resultado negativo já era esperado. Após o Natal, melhor data para o varejo que é o principal cliente do setor atacadista, é natural que haja um ajuste no quadro de funcionários.
No acumulado do ano, sete das dez atividades pesquisadas apresentaram alta no estoque de empregos, com destaque para o atacado de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (3,7%) e para o setor de alimentos e bebidas (2,1%). A maior taxa de retração foi observada no setor de materiais de construção, madeira e ferramentas (-0,9%), que fechou 311 postos de trabalho em 2017.
A assessoria econômica da FecomercioSP ressalta que o mercado de trabalho do comércio atacadista paulista passou por um processo de estabilização no primeiro semestre do ano, seguido de uma retomada mais vigorosa na geração de vagas no segundo semestre. O número de postos de trabalho abertos no ano (6.208) representa aproximadamente um quarto dos quase 25 mil vínculos formais extintos ao longo de 2015 e 2016.
Para a Entidade, fica claro que o atacado paulista voltou a gerar empregos porque o consumo das famílias voltou a mostrar mais força em 2017, resultado de um quadro de menor inflação, juros mais baixos e até mesmo da melhoria da massa salarial com o início da redução do desemprego. Entretanto, é importante lembrar que o País iniciou um processo de retomada do emprego perdido a partir de 2015. A expectativa é de aceleração desse processo em 2018, mas ainda insuficiente para repor integralmente o mercado de trabalho existente no período pré-crise.
Atacado paulistano
Em dezembro, o comércio atacadista na cidade de São Paulo eliminou 1.058 empregos formais, resultado de 3.564 admissões contra 4.622 desligamentos. A ocupação formal atingiu 206.334 empregados no mês. O saldo acumulado dos últimos 12 meses, porém, ficou positivo em 1.979 empregos, o que representa uma alta de 1% do estoque total de trabalhadores.
No acumulado do ano, das dez atividades pesquisadas, apenas duas tiveram saldo negativo. O setor de materiais de construção, madeira e ferramenta teve queda de 3,6% no número total de trabalhadores, com extinção de 460 vagas formais; e o de máquinas de uso comercial e industrial, que retraiu 0,7% ao fechar 160 postos de trabalho em 2017. Entre os destaques positivos estão o setor de energia e combustíveis, com alta de 3,5%, somando 101 vagas; e o atacado de produtos farmacêuticos e higiene pessoal, com elevação de 3%, e um total de 888 novos empregos formais.
Todas as atividades apresentaram saldo negativo de empregos no mês de dezembro, com destaque para o setor de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal, encerrando 315 postos de trabalho; e o de vestuário, tecidos e calçados, que eliminou outros 218 vínculos com carteira assinada.
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