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Economia

Mesmo com Selic em queda, juros ao consumidor sobem no início de 2018

É inegável que desde o início do ciclo de quedas da taxa básica de juros houve redução da taxa média ao consumidor, porém os juros no mercado ainda estão muito elevados

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Mesmo com Selic em queda, juros ao consumidor sobem no início de 2018

Juros ao consumidor tiveram alta pelo segundo mês consecutivo em fevereiro deste ano
(Arte/Tutu)

Na mesma semana em que o Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu a taxa Selic para o seu menor nível histórico, de 6,5% ao ano (a.a.), a mesma instituição divulgou as informações sobre o mercado de crédito brasileiro. Contudo, diferentemente da taxa básica da economia, os juros ao consumidor subiram pelo segundo mês consecutivo em fevereiro.

O ciclo de queda da Selic começou em setembro de 2016, quando a taxa estava em 14,25% a. a. Após 12 cortes consecutivos, os juros básicos da economia chegaram ao patamar atual de 6,5% a.a., registrando uma queda de 55%, ou 7,75 pontos porcentuais (p.p.), em um período de 18 meses.

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A taxa de juros média do mercado para o consumidor também caiu nesse período, de 74% a.a., em setembro de 2016, para 57,7% a.a., em fevereiro deste ano. No entanto, essa taxa já esteve em nível mais baixo recentemente, no patamar de 55% a.a. em dezembro de 2017.

A maioria das modalidades de crédito tem registrado alta no início deste ano. O crédito pessoal, por exemplo, caiu 7,3 pontos porcentuais em um ano e meio, mas subiu 2,7 pontos porcentuais nos dois primeiros meses de 2018.

Nos mesmos 18 meses, o crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor privado passou de 43,9% a.a. para 41,3% a.a. – em dezembro, a taxa tinha caído para o patamar de 40% a.a., o que demonstra elevação no início deste ano. A variação registrada no período é relativamente pequena em função da maior segurança do consignado, cujos pagamentos são feitos diretamente na folha. Vale destacar que, no período analisado, a taxa de inadimplência para pessoa física referente a crédito com recursos livres recuou de 6,2% para 5,1%.

O cheque especial merece atenção. Nesse período de queda da Selic, a taxa média dessa modalidade passou de 325% a.a. para 324% a.a., não tendo registrado variação significativa.

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Fonte: BCB

De todo modo, é inegável que desde o início do ciclo de corte da Selic houve redução das taxas médias ao consumidor. O patamar dos juros no mercado, porém, ainda está muito elevado.

Argumenta-se que é necessário mais tempo para que os efeitos da queda da Selic cheguem ao consumidor. Também se apresentam como justificativas a percepção de que ainda há uma incerteza na economia do País que não permite uma maior segurança na oferta de crédito e que o mercado de crédito ainda é relativamente pequeno, elevando os riscos.

No fim de 2012, quando a Selic atingiu a sua mínima à época, de 7,25% a.a., a inflação estava perto de 6% e o juro médio ao consumidor, próximo de 40% a.a. Portanto, com a inflação atual abaixo de 3% e a Selic em 6,5% a.a., há espaço para uma queda maior na taxa de juros média.

Buscando reduzir os juros ao consumidor, o Banco Central está trabalhando nas linhas de cartão de crédito e cheque especial, tentando reduzir o spread bancário – diferença entre as taxas de juros cobradas e pagas pelos bancos por empréstimos e depósitos, respectivamente - e para abrir espaço para uma redução maior dos custos e juros. As negociações ainda estão em andamento.

O consumo das famílias é fundamental para a retomado do crescimento econômico. A redução dos juros significa produtos mais baratos e crédito mais acessível. Espera-se que o aumento consecutivo dos juros em janeiro e fevereiro seja pontual e que as taxas retomem a tendência decrescente, até atingir um patamar mais adequado ao nível de renda dos consumidores brasileiros.

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