Sustentabilidade
08/11/2021Metas ESG fazem parte da realidade de 69% das empresas do Ibovespa
Estudo da PwC apresentado no Comitê ESG da FecomercioSP indica que 85% das companhias que compõem o principal índice da B3, mesmo desobrigadas, divulgam relatórios sobre o assunto
Relatórios de sustentabilidade são predominantes entre os documentos ESG
(Arte/Tutu)
Com a crescente relevância da pauta ESG (em português, “ambiental, social e de governança”), 85% das empresas listadas no Ibovespa – principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo – já divulgam ao público externo relatórios sobre as ações tomadas nesta frente, mesmo sem serem obrigadas a fazê-lo. Contudo, quando se analisa a adoção de metas claras sobre o assunto, o porcentual cai para 69% das companhias.
As informações são de um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), divulgado na reunião do Comitê ESG, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada em 27 de outubro. O encontro foi mediado pelo coordenador do comitê, Luiz Maia.
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Apesar de a maioria das empresas se mostrar inclinada a compartilhar informações a respeito da pauta, o levantamento, feito com 78 das 81 empresas que compõem o índice, aponta que apenas 30% submetem os relatórios a auditorias independentes, as quais asseguram a confiabilidade dos documentos.
Além disso, o estudo indica que os relatórios de sustentabilidade predominam quando se trata de compilar as atividades ligadas a ESG – é o formato favorito de 42% das empresas.
Quando se observa a participação em índices de sustentabilidade no Brasil e no mundo, 39% não se inserem em nenhuma listagem vinculada a estas questões, enquanto 37% têm suas ações distribuídas em mais de um índice e 24% participam de pelo menos um indicador.
Dentre os temas que mais aparecem nos relatórios ESG, o quesito “condições de trabalho” – envolvendo saúde, segurança, capacitação e retenção de funcionários – é abordado por 91% das companhias. Em seguida, aparecem “ética e integridade” (84%), “satisfação do cliente/consumidor” (70%), “inovação e tecnologia” (70%) e “impactos socioambientais/ações sociais” (70%).
“Quando você olha para as empresas que fazem parte do Ibovespa – tirando temas como net zero [carbono neutro], em que estão bem atrás –, a qualidade dos relatórios é comparável aos de companhias europeias, como as da Inglaterra e da Holanda, países mais avançados no assunto”, afirmou Maurício Colombari, sócio da PwC Brasil.
De acordo com ele, compartilhar exemplos exitosos é um caminho para massificar os compromissos com a pauta ESG.
“A minha preocupação é que estamos falando de um número reduzido de empresas. Na Europa, são milhares fazendo isso. Então, o meu receio não é qualitativo, mas quantitativo”, complementou Colombari.
Ademais, observando o cenário externo, o sócio da PwC apontou que é preciso criar uma “mentalidade de cadeia de valor”, a fim de que condutas de preservação ambiental, inclusão social e governança não fiquem restritas às grandes empresas.
“É importante usar o benchmark [referência] de outra empresa como motivação e como forma de provocar [outras empresas] à ação”, comentou Maia. “Sob a FecomercioSP, 85% das empresas representadas têm até cinco funcionários. Queremos fazer um movimento que leve ações deste tipo aos pequenos e médios negócios”, acrescentou o coordenador do Comitê ESG.
Saiba mais sobre o Comitê ESG.
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