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Sindicatos

Nova mesa diretora do Congresso abre caminho para articulações regionais

Interlocução dos sindicatos empresariais com as autoridades locais será determinante para orientar o poder público na tomada de boas decisões

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Nova mesa diretora do Congresso abre caminho para articulações regionais
Sociólogo Paulo Delgado, diretor de Relações Institucionais da FecomercioSP; e Ivo Dall’Acqua Júnior, presidente em exercício da FecomercioSP (Arte: TUTU)

O Brasil passa por uma reconfiguração política significativa com a renovação das mesas diretoras do Congresso Nacional, que desde 1º de fevereiro entrou no “segundo tempo” da atual legislatura. Essa mudança traz uma nova dinâmica ao cenário político, exigindo uma atuação proativa da sociedade civil organizada e das entidades representantes dos setores produtivos.

De acordo com o sociólogo Paulo Delgado, diretor de Relações Institucionais da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e membro do Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política da Entidade, alguns aspectos precisam ser entendidos diante da nova composição da mesa diretora. “Um deles é que, apesar dos avanços tecnológicos e da digitalização, o poder político está fortemente dominado por relações pessoais, especialmente em um Congresso cada vez mais regionalizado”, aponta. Isso significa que o elemento humano será determinante na qualidade da representação, e as estratégias empresariais precisam se adaptar a essa realidade para alavancar a sua presença.

“A configuração do atual Congresso ressalta a importância do municipalismo”, avalia Delgado. A autonomia e a responsabilidade dos governos locais “ganham protagonismo na formulação e gestão de políticas públicas”, acrescenta. Em outros termos, essa nova composição legislativa amplia a influência das cidades na alocação de recursos, especialmente por meio das emendas parlamentares. O sociólogo palestrou na primeira reunião plenária de 2025 das diretorias da FecomercioSP e do Centro do Comércio do Estado de São Paulo (Cecomercio).

Atuação regional

Outro fator importante envolve a atuação junto às frentes parlamentares, que ganham ainda mais relevância nessa nova gestão do Congresso. Delgado pontua que os setores produtivos precisarão adotar estratégias e desenvolver habilidades distintas a fim de avançar com suas pautas.

A participação ativa nos debates sobre questões empresariais será essencial para que os setores participem das decisões e garantam que suas demandas sejam atendidas. Conforme ressalta o diretor, habilidades como a proposição de emendas, a remoção de aditivos e a negociação de regulamentações precisam ser aprimoradas de forma estratégica, visando a um efeito concreto no ambiente de negócios.

A proximidade com as bases regionais e o diálogo direto com gestores municipais também se tornam ainda mais relevantes, pois o Congresso passa a indicar que o Poder Legislativo será cada vez mais instrumentalizado pelos municípios e Estados.

“Para que os pleitos setoriais ganhem força, é essencial intensificar a presença nos municípios e fortalecer a interlocução com o empresariado e as autoridades locais. Os sindicatos empresariais terão um papel central na defesa dos interesses das empresas associadas, influenciando as decisões que afetam diretamente o orçamento da União. Diante disso, é essencial agir para orientar o poder público na tomada de boas decisões”, complementa Delgado.

Oportunidades para os sindicatos

Ivo Dall’Acqua Júnior, presidente em exercício da FecomercioSP, opina que esse novo cenário exige que os sindicatos patronais estejam atentos às oportunidades que surgem, intensificando sua atuação para garantir que os interesses do setor produtivo sejam representados de forma eficaz.

“O protagonismo dos municípios é um dos pilares fundamentais da construção de uma sociedade menos desigual. Não custa repetir que é no município que o cidadão vive, estuda, trabalha, empreende e constrói a riqueza deste País. Essa nova dinâmica deve ser entendida como oportunidade”, enfatiza.

Em razão disso, “é preciso que os sindicatos se movimentem no engajamento de suas bases”, observa Dall’Acqua, lembrando ainda do papel do Programa Inova, desenvolvido pela FecomercioSP para apoiar os sindicatos na mobilização de suas equipes e no engajamento de suas bases. O trabalho envolve ações conjuntas de assessoria técnica, advocacy, comunicação e capacitação digital, com foco no fortalecimento da representatividade e no preparo dos empresários para resultados mais expressivos.

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