Imprensa
14/11/2024Novas tecnologias como aliadas do talento humano
IA pode otimizar o desempenho do trabalho; aplicação nas empresas deve ser gradual
A Inteligência Artificial (IA) não é uma “onda”, mas está trazendo, sim, uma mudança inevitável para qualquer tipo de negócio. De acordo com Bruno Guicardi, presidente da CI&T, a tecnologia está mais para um “tsunami de tão forte” e, por vezes, assustador. “E estamos só no começo”, garante.
Se não há dúvidas do seu potencial de promover incrementos consideráveis de produtividade, conseguir incorporá-la a negócios mais tradicionais pode se mostar um entrave quase paralisante. “Não se trata de uma ferramenta que se possa incorporar no dia a dia de trabalho. Ela muda a própria forma de se trabalhar, exige uma mudança de comportamento — o que é muito difícil”, defende Guicardi.
Ele recomenda, portanto, alguns passos graduais de adoção. O primeiro é escolher um setor limitado, mas no qual o impacto possa ser breve. “Eu recomendo que as pessoas se foquem no mundano, mas em algo que crie bons resultados. E isso pode gerar até uma certa ‘inveja corporativa’ e, a partir daí, entusiasmo para seguir em frente”, sugere. Segundo ele, na maioria dos casos, a adoção da IA deve começar em questões internas, e não no produto ou no serviço final da empresa.
Um erro comum que o presidente da CI&T já observou em algumas companhias é o treinamento do pessoal em larga escala, mas com pouco apoio. “Não se deve fazer a capacitação da empresa inteira de uma vez e exigir que todo mundo use a tecnologia. Faça com foco em algum processo ou time e ofereça suporte. Apoie as pessoas que demonstrem estar dispostas a mudar”, aconselha.
Ao dar início a um processo numa empresa, é importante olhar com empatia para o medo que as pessoas têm de serem substituídas. Para Ping Wu, CEO da Cresta, a IA não deve ser encarada como um meio de economia de recursos com postos de trabalho, mas como uma forma de aproveitar a tecnologia para se trabalhar melhor. “Minha ideia é permitir que o ser humano possa se focar na conexão com o cliente, por exemplo, enquanto a IA se encarrega de tarefa repetitivas, mundanas”, ressalta.
Ele cita o caso dos call centers, que representam altos custos para pequenos negócios. “Muitas chamadas não são atendidas. A IA não está competindo com o trabalhador, mas com a caixa de mensagem”, defende. E, mais do que acabar com empregos, o avanço tecnológico pode ser uma oportunidade de avançar na criação de novas funções ainda hoje inimagináveis. “Ainda nem entendemos como nosso o cérebro funciona, há tantos mistérios… Novos trabalhos serão criados com a IA”, estima Wu.
Web Summit 2024
Dentre os assuntos cobertos pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) no Web Summit 2024 em Lisboa, destacam-se os impactos do o uso da Inteligência Artificial (IA) para as empresas e o futuro do trabalho, bem como os aspectos relacionados à regulamentação da ferramenta — temas presentes nos debates do Conselho de Economia Digital e Inovação e do think tank de IA da Entidade. Na próxima semana, um relatório com os principais insights do evento será divulgado nos canais digitais da Federação. Fique ligado!
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