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Editorial

O que esperar do Brasil em 2023?

Os investidores externos procuram estabilidade, principalmente para longo prazo. Isso significa uma economia sem sustos

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O que esperar do Brasil em 2023?
A maior preocupação, hoje, é a como a política fiscal será conduzida pelo novo governo (Arte: TUTU)

Por André Sacconato*

Retomando o texto anterior, em que tratamos das perspectivas para o mundo neste novo ano, hora de falar sobre o Brasil. Em 2023, o País deve se deparar com um cenário externo mais restrito, com menos liquidez e crescimento menor, principalmente das economias chinesa e centrais. 

Contudo, ainda que haja a possibilidade de viver uma conjuntura ruim, existe a esperança de a economia brasileira ter um ano bom, por alguns motivos.

O primeiro é muito direto: a posição relativa do Brasil no mundo. Pensemos. Quem são, atualmente, os nossos concorrentes por investimento em economias emergentes? A Turquia está envolvida em escândalos institucionais, graças a um quase ditador, Recep Erdogan. 

Por outro lado, a Rússia se engaja numa guerra sangrenta, enquanto agoniza uma economia combalida por embargos mundiais. Aqui, nas Américas, Argentina e México foram enfraquecidos por políticas econômicas populistas, inflação e baixíssimo crescimento econômico. 

Sem contar a própria China, abatida pela política antimercado do líder Xi Jinping e pelo avanço impiedoso de outro surto de covid-19. É interessante notar que, mesmo com a diminuição da liquidez mundial causada pelo aumento de juros, os países em desenvolvimento ainda podem se beneficiar com um certo fluxo – neste caso, o Brasil deve ser uma das melhores opções.

A segunda vantagem é ainda mais direta. Diante da reinserção nacional nos selos ESG, principalmente em virtude da preservação da natureza, muitos fundos estrangeiros, que podem investir uma porcentagem dos seus ativos em nações emergentes, voltam a ter o Brasil como alvo. 

O fato de o regulamento desses fundos não permitir investimentos sem o selo era o grande problema, até então. Agora, após a COP27, realizada no Egito, aparentemente teremos a chance de recuperar boa parte de um tempo perdido.

A terceira prerrogativa: a despeito da desaceleração, temos uma economia que está se recuperando e bons números, principalmente no mercado de trabalho, com empregos formais e renda para consumo. Além disso, há chances de a taxa de juros começar a dar trégua, já que o ajuste por aqui começou bem antes, facilitando a atração de investimentos produtivos.

No entanto, esta situação favorável não vem de graça. Os investidores externos procuram estabilidade, principalmente para longo prazo. Isso significa uma economia sem sustos, um governo responsável, um Banco Central independente e um olhar social eficiente – e, também, responsável.

O Brasil já dispõe de boa parte de toda a estrutura necessária. A maior preocupação, hoje, é a como a política fiscal será conduzida pelo novo governo. O mercado não exige uma gestão contracionista – na qual o corte de gastos levaria, inclusive, a uma queda da relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) –, mas, sim, uma administração pouco expansionista ou neutra, bem como uma perspectiva sustentável para o longo prazo. Caso o mercado receba um sinal positivo para o que deseja, certamente teremos um ano produtivo. Só dependerá de nós.

*André Sacconato é economista, consultor da FecomercioSP e integrante do CEEP.
 Artigo originalmente publicado no Portal Contábeis em 29 de dezembro de 2022.

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