Negócios
22/03/2017Oportunidade para empreendedores
Apesar do apelo turístico, segmento tem como diferencial atrair interessados em viagem com foco em educação, o que exige cuidados do empresário
Dica para o empresário interessado no setor é ter mente os impactos causados por mudanças no câmbio e no cenário político externo
(Arte/TUTU)
Por Jamille Niero
Os sócios Munique Alves e Daniel Ferro estão trabalhando para abrir as portas de uma agência de intercâmbio na capital paulista ainda no primeiro semestre de 2017. Os dois decidiram investir em um negócio próprio depois de perderem seus empregos, no ano passado.
A ideia inicial era unir as qualidades profissionais deles – uma pedagoga e um professor de inglês – para estruturar uma escola de idiomas. “Conversando vimos que poderíamos oferecer o intercâmbio como um diferencial, quando o Daniel lembrou de uma amiga em Salvador que trabalha na área. Foi aí que notamos que essa opção seria mais interessante”, conta Munique.
Ambos, que vinham do mercado de educação, e não de turismo, decidiram primeiro dominar os processos envolvendo o intercâmbio para depois dar os próximos passos. Tiveram todo o apoio da amiga baiana, que já queria expandir a agência, a Go Intercâmbio. “Muitas pessoas acharam estranho abrirmos uma empresa em tempos de crise. Mas por meio dela vimos o potencial da área. Está sendo fundamental ter alguém que conhece o mercado”, relata Daniel.
Além do apoio da amiga, eles também fizeram um estudo do setor para entender o cenário paulista e foram atrás de outros que já trabalham na área, para ver de perto como é a operação. Comentaram com os amigos, que apoiaram a ideia – alguns até já fecharam pacotes com eles, que estão operando em “soft open” (comercializando pacotes aos poucos, sem muita divulgação, para testar o que dá certo e o que não dá).
Segundo Maura Leão, presidente da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), associação que reúne 450 agências de intercâmbio brasileiras (cerca de 75% do mercado), a dica para o empresário interessado em ingressar no setor é ter consciência da responsabilidade das ofertas feitas aos clientes e dos impactos aos quais estão sujeitos devido a mudanças no câmbio e no cenário político externo. “Somos 100% responsáveis por qualquer indicação que fizermos para o aluno, por isso é importante ter parcerias com fornecedores credenciados em órgãos oficiais dos seus países (por segurança) e ter uma informação muito fidedigna do que o cliente encontrará no destino”, frisa.
Oportunidade
Para Renato Carvalho Levi, docente da área de Gestão e Negócios da unidade Aclimação do Senac São Paulo, diferente do mercado de turismo convencional, o intercâmbio tem como foco a educação, não somente a viagem e o lazer. “A oportunidade está em identificar esse diferencial, e ir atrás de quem investe em educação. Isso não tem queda, mesmo em época de crise. Vale sempre investir em educação”, destaca, ressaltando que o empreendedor deve ter isso em mente ao montar o plano de negócios de uma empresa no setor.
É importante também investir em parcerias e ter uma carteira com várias opções de programas, para poder oferecer ao cliente o que mais se adequa às suas vontades e ao seu bolso.
Veja também:
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