Por Alessandra Jarussi

“Os pais devem estabelecer regras e limites para que os filhos usem a Internet e nunca podem ‘abandoná-los’ na frente de uma TV ou de uma tela de notebook ou smartphone, sem saber o que eles estão vendo.” O alerta é da médica Evelyn Eisenstein, especialista em Pediatria e Clínica de Adolescentes, autora do livro Vivendo esse mundo digital, e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela é uma das palestrantes do I Congresso Fecomercio de Educação Digital, que será realizado no dia 5 de maio.

“Nada substitui a importância do convívio familiar, nas refeições ou nos passeios aos domingos e nas férias, o abraço, o afeto, o sentir-se querido e amado e não somente conectado”, diz a médica. Ela ressalta a importância de os pais determinarem “horários para atividades ao ar livre ou fora da ‘telinha’ para evitar dependência tecnológica, sedentarismo, problemas de sono, aumento da ansiedade e do ‘tecnoestresse’, entre outros”.

A “hiperconexão” é extremamente prejudicial durante o período de crescimento e desenvolvimento do ser humano. “A tela do computador ou do smartphone não tem sentimentos; só transmite mensagens e ‘emoticons’, criados por adultos, muitas vezes, infantilizados nos seus sentimentos, pois também foram se afastando do diálogo nos relacionamentos sociais”, afirma Evelyn Eisenstein.

“A infância e a adolescência são períodos marcantes, que não voltam; daí a importância do brincar, do respeito à imaginação infantil e da prevenção dos riscos de pornografia, pedofilia e exploração sexual, cyberbullying, expressões de ódio e violência, disseminados nas redes digitais”, diz. “Segurança e proteção são necessárias, tanto em parques, jardins, ruas, praias e piscinas, quanto no mundo global da Internet”, acrescenta a especialista.