Editorial
12/07/2016Para Pastore, ativação de obras de infraestrutura vai gerar empregos
Segundo o presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP, o impulso das obras nesse setor vai se refletir positivamente nas atividades dos outros setores da economia
Novo ambiente para os negócios em infraestrutura irá atrair os investidores estrangeiros
(PixAbay)
José Pastore
O presidente em exercício Michel Temer e sua equipe econômica decidiram dar prioridade à ativação de obras de infraestrutura. Isso traz boas perspectivas de empregos. Como o Brasil necessita dessas obras e possui projetos para entrar em execução imediata, poderemos ter uma boa surpresa ainda em 2017 com a criação de muitos postos de trabalho ligados a rodovias, armazéns, portos, aeroportos, metrôs, redes de esgoto e obras desse tipo.
E claro que a derrubada da alta taxa de desemprego de mais de 11% para um patam ar de 5% ou 6% vai demorar dois ou três anos. Mas, com a ativação das referidas obras, o desemprego pode parar de aumentar já no segundo semestre de 2016 e começar a recuar lentamente no próximo ano em vista de medidas já tomadas pelo governo, dentre as quais, destaco:
• Criação do Programa de Parcerias de Investimentos voltado para a execução de obras de infraestrutura epromoção da desestatização.
• Revisão das regras de concessão de obras públicas de modo a garantir segurança jurídica e lucratividade aos investidores.
• Reativação de obras inacabadas que necessitam de poucos recursos para a sua conclusão como postos de saúde, creches, escolas, armazéns agrícolas e outras.
• Encaminhamento de propostapara simplificar as regras de concessão de licenças ambientais, para a execução de obras de infraestrutura.
• Reformulação das regras de leniência de modo a regularizar a situação das construtoras envolvidas em açõesjudiciais.
• Decisão de atrair o capital estrangeiro para obras de infraestrutura e para o setor de transporte, como é o caso das empresas aéreas.
A esse conjunto de medidas se soma uma série de providências que garantem mais transparência e eficiência às empresas estatais a serem geridas daqui para a frente por pessoas de comprovada competência e distantes das indicações de compadrio. As primeiras providências de Michel Temer nesse campo incluíram a nomeação de Pedro Parente e de Maria Silvia Bastos para a Petrobrás e para o BNDES, respectivamente.
Com esse conjunto de medidas, forma-se no Brasil um novo ambiente para os negócios em infraestrutura, o que deve atrair os investidores estrangeiros que hoje amargam afaltadeprojetos rentáveis e taxas de juros negativas em seus países. Sabedores da necessidade do Brasil nesse campo, eles tenderão a se juntar aos empresários brasileiros para ativar o setor de infraestrutura e, com isso, gerar os empregos que o Brasil precisa.
Não menos importante é a reestruturação das finanças públicas e o arrefecimento da inflação já registrado.
Isso é de crucial importância para os empreendedores se animarem a investir e para os consumidores voltarem a consumir.
Ao longo das medidas voltadas para a infraestrutura, o atual governo já sinalizou ter uma clara disposição de reformar as regras de aposentadoria e pensão, apoiar a aprovação do projeto de lei sobre terceirização e a ideia de fortalecer a negociação coletiva para, com isso, reduzir a interferência do Estado nas relações de trabalho.
É claro, essas medidas dependem de uma complexa negociação com os parlamentares. Mas o relacionamento do atual presidente da República com o Congresso Nacional é infinitamente melhor do que no governo anterior. Se as mudanças nas áreas previdenciária e trabalhista ocorrerem depois das eleições municipais, elas ajudarão ainda mais o processo de retomada da geração de emprego em 2017.
Em suma. O foco na infraestrutura foi bem escolhido. O impulso das obras nesse setor em pouco tempo se irradiará para as atividades dos outros setores da economia onde, aos poucos, voltará a geração de empregos. Mas, é claro, tudo isso depende da continuidade do governo e da equipe econômica atuais.
*Jose Pastore é Presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP.
Artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 12 de julho de 2016.
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