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Economia

Parcela de famílias paulistanas que admitem que não terão condição de pagar as dívidas atinge 9,1% em abril

Segundo a FecomercioSP, é o terceiro mês consecutivo que essa proporção aumenta e é a maior para um mês de abril, desde 2004

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Parcela de famílias paulistanas que admitem que não terão condição de pagar as dívidas atinge 9,1% em abril

O índice de famílias na cidade de São Paulo que possuem alguma dívida teve queda de 1,1 ponto porcentual em relação a março
(Arte: TUTU)

Em abril, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), registrou que 53,5% das famílias na cidade de São Paulo possuem alguma dívida, queda de 1,1 ponto porcentual (p.p.) em relação a março (54,6%). Contudo, está 0,6 p.p. acima do apresentado no mesmo mês do ano passado (52,9%). Em termos absolutos, são 2,08 milhões de famílias paulistanas endividadas, 38,4 mil a mais do que há um ano. Desse total, 9,1% admitem que não terão condições de pagar as dívidas e ficarão inadimplentes, a maior proporção para um mês de abril desde 2004.

A taxa de inadimplência – famílias que não conseguiram quitar suas dívidas na data do vencimento – ficou tecnicamente estável, passando de 19,3% em março para 19,4% em abril, o que significa que 754,5 mil famílias estão nessa situação. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, há um ano, o porcentual era de 18,7%, ou seja, houve um acréscimo de 33,1 mil famílias inadimplentes nesse período. A parte mais significativa do atraso (50,7%) é de um período superior a 90 dias. E 24,9% estão com tempo de pagamento de curto prazo, de até 30 dias.

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Os economistas da Entidade ressaltam que não há riscos de perda de controle da inadimplência, uma vez que o sistema financeiro capta possíveis movimentos de descontrole e aumenta a seletividade do crédito. Os dados do Banco Central, inclusive, mostram a elevação da taxa média de juros nos dos primeiros meses do ano, com aumento do spread. As taxas são inferiores às do ano passado, mas podem indicar que a retomada da economia não esteja no ritmo esperado.

Faixa de renda
Na análise por faixa de renda, o grupo de famílias com renda de até dez salários mínimos têm maiores taxas. Em abril, destacou-se na proporção de famílias que admitiram não ter condições de pagar as dívidas, com 11,2%, a maior da série histórica, iniciada em 2010. Para a faixa acima de dez salários mínimos, houve crescimento, mas ainda está mais baixo, 3,9%.

De acordo com a FecomercioSP, o ponto a se observar com mais atenção para os próximos meses é a faixa específica de famílias com até dez salários mínimos. Os níveis de inadimplência e de não pagamento estão elevados, o que significa que os efeitos dos dados do emprego, que vêm apresentando melhoras, não chegaram de forma mais expressiva nas classes mais baixas para que dessem uma condição mais adequada para equilibrar as contas das famílias.

Tipo de dívida
Pelo terceiro mês consecutivo, houve redução na proporção de endividados no cartão de crédito. Em abril, o porcentual passou de 73,7% em março para os 72,9% em abril, e ficou acima dos 71,5% no mesmo mês de 2017. Os carnês ficaram na segunda posição entre as modalidades mais utilizadas pelos consumidores, com 13%, 1,3 p.p. abaixo do valor apresentado no mês anterior e 0,7 p.p. dos observados há um ano. Na sequência, veio o financiamento de carro, com 11,5%.

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