Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

Passagem aérea fica mais cara após cobrança por despacho de bagagem; entenda os motivos

Aumento do combustível (querosene) e da demanda levaram à alta dos preços das passagens, frustrando a expectativa de tarifas mais baixas

Ajustar texto A+A-

Passagem aérea fica mais cara após cobrança por despacho de bagagem; entenda os motivos

Formação de preço de uma passagem aérea também depende de fatores como o preço do combustível, a cotação do dólar e a demanda por voos
(Arte/Tutu)

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou, em março deste ano, as companhias aéreas a cobrar pelo despacho da bagagem. O principal objetivo da medida era reduzir os preços das passagens. O argumento das empresas do setor foi em defesa da liberdade comercial, de maneira que os passageiros que não optam pelo serviço pagariam menos, uma vez que o custo do despacho, mesmo que não realizado, estava incluído no preço da passagem.

Nove meses após a liberação, os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que os preços das tarifas aéreas aumentaram. O serviço acumulou alta, entre abril e outubro deste ano, de 27,6%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País.

Veja também
FecomercioSP apresenta dicas para organizar o orçamento familiar no fim do ano
Safra agrícola recorde contribui para a queda da inflação
Investidor preocupado com eleições de 2018 pode assumir postura conservadora

Com a alta de preços, muitos consumidores cobram o que as companhias aéreas “prometeram” para aprovação da regra. Contudo, o que não foi devidamente informado à população é que a formação de preço de uma passagem depende de outras variáveis ainda mais importantes, como o nível de demanda, a cotação do dólar e o preço do combustível.

A procura por passagens aéreas cresceu 4,3% de abril a outubro, segundo a Anac. Em números absolutos, são 2,2 milhões de pessoas a mais viajando pelo País nesse período.

O dólar, por outro lado, teve queda em relação ao ano passado. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média mensal entre os meses de abril e outubro passou de R$ 3,35 por US$ 1 em 2016 para R$ 3,20 no mesmo período deste ano, uma queda de 4,8%.

Como quase 50% dos custos das companhias aéreas estão atrelados à moeda americana, poderia haver um alívio nas despesas com a valorização do real. Entretanto, o querosene, o combustível dos aviões, registrou um aumento médio próximo a 30% na América Latina em relação a 2016, segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreas (IATA). O gasto com querosene representa cerca de 30% dos custos das empresas do setor.

Portanto, o aquecimento da demanda e, principalmente, a alta do preço do combustível não só anularam os efeitos da nova regra sobre cobrança de bagagens despachadas, como também levaram a um significativo aumento dos preços das passagens, frustrando a expectativa dos consumidores de conseguir tarifas mais baixas para viajar pelo País.

Fechar (X)