Economia
25/10/2017Paulistano permanece conservador, mas intenção de financiamento cresce 10,9% em outubro
Segundo pesquisa da FecomercioSP, há expectativa de melhora nos índices de tomada de crédito no médio prazo, principalmente ao longo de 2018, com base nos sinais positivos do emprego e da renda
Entidade acredita que a intenção de tomar crédito venha a crescer no médio prazo, a partir do fim deste ano e ao longo de 2018
(Arte: TUTU)
Em outubro, o Índice de Intenção de Financiamento subiu 10,9%, passando dos 15,7 pontos em setembro para 17,4 pontos no mês atual, mesma variação registrada em relação a outubro de 2016, quando o indicador também registrava 15,7 pontos. Ao longo dos últimos 12 meses, cerca de 7% a 10% dos entrevistados se diziam dispostos a tomar crédito, de modo que grandes variações não significavam efetivamente uma mudança forte de tendência para cima ou para baixo, nesse período. O cenário de endividamento dos paulistanos segue ainda muito volátil, mas a propensão de tomada ao crédito tem rondado entre 15 e 20 pontos, bem abaixo do patamar pré-crise (de 20 a 25) pontos em 2014, com uma média anterior ainda maior.
Os dados compõem a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que demonstra que a intenção de tomar crédito se manteve em patamares baixos nos últimos dois anos, inclusive atingindo mínimas históricas. Entretanto, diante dos sinais de que a economia está melhorando, principalmente sob o aspecto de geração de emprego, é provável que essa propensão venha a crescer no médio prazo, a partir do fim deste ano e ao longo de 2018.
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Em outubro, o Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, registrou aumento na comparação mensal de 1,3%, atingindo 78,2 pontos ante os 77,2 pontos registrados em setembro - 4,4% maior em relação ao apurado em outubro de 2016, quando o indicador marcava 74,9 pontos.
Entre os endividados, houve queda de 4,2% na segurança de crédito, que atingiu 63,5 pontos ante os 66,3 pontos registrados em setembro. Na comparação com outubro de 2016, quando registrou 59,7 pontos, houve elevação de 6,4%. Entre os não endividados, houve aumento de 6,3% na comparação mensal, passando dos 90,0 pontos para os 95,7 pontos em outubro e avançando de 4,8% no contraponto anual, quando o indicador marcava 91,3 pontos.
Segundo a assessoria econômica a FecomercioSP, o risco de crédito também tem registrado flutuação em torno do patamar de 80 pontos. Esse indicador tende a melhorar, mas provavelmente em um prazo maior do que a retomada da propensão a tomar crédito. Isso porque tomar um novo empréstimo pode ser uma decisão mais rápida do que iniciar um processo de acumulação para posterior investimento.
A Federação ressalta que, apesar de poucas mudanças na margem nos indicadores da PRIE, um ambiente de melhoria econômica se configura, o que vai estimular os consumidores a buscar ampliar o consumo, via crédito. Com a queda do desemprego, é bem possível que mais pessoas voltem também a poupar, assim, a segurança do crédito tende a melhorar ao longo de 2018.
Aplicações
Em outubro, 60,8% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos, baixa de 3 pontos porcentuais (p.p.) em relação aos 63,8% apurados em setembro. Em outubro de 2016, a proporção era de 61,1%. Os que aplicam em renda fixa alcançaram 20,8%, aumento de 2 p.p. em relação ao mês anterior, permanecendo estável na comparação aos 20,7% registrados em outubro de 2016.
Segundo a FecomercioSP, com a nova fórmula de cálculo da poupança com base na queda da Selic, a tendência de saques aumenta e é natural que os investidores escolham outras aplicações, favorecendo as aplicações em Renda Fixa e até mesmo em ações, algo não muito popular no Brasil. Ao longo dos últimos anos a Renda Fixa aumentou, mesmo com a queda das taxas nominais - até porque as taxas reais estão muito elevadas ainda -, e deve manter a preferência de mais de 20% dos poupadores.
No caso da Previdência Privada, o cenário nos próximos meses e anos deve ser positivo, principalmente se aprovada a Reforma da Previdência, que obrigará muita gente de renda elevada, principalmente do setor público, a buscar novas alternativas para compor renda.
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