Economia
05/04/2019Plano estratégico para vendas online pode impulsionar faturamento de empresas
Com crescimento de 42,9% no quarto trimestre de 2018, comércio eletrônico em São Paulo confirma a tendência de que o varejo online deva ser planejado de modo a atrair mais clientes fora da capital
Faturamento real no quarto trimestre foi de R$ 5,87 bilhões, com 14,3 milhões de pedidos feitos pela internet
(Arte/Tutu)
Impulsionadas pela recuperação da atividade econômica, as vendas de bens no varejo online no Estado de São Paulo obtiveram aumento significativo no último trimestre de 2018. Tendo em vista que esse fator é importante para o resultado financeiro das empresas desse segmento, os empresários podem se beneficiar das estratégias comerciais que aumentam também a saída de bens semiduráveis e não duráveis, que ainda têm uma participação menor do que os duráveis no faturamento real desse setor.
Além disso, ampliar a presença em locais distantes da capital, como no interior paulista – onde há potencial de expansão do varejo online –, pode ser uma maneira eficaz de atrair mais clientes. Para que tanto os bens duráveis quanto semiduráveis e não duráveis tenham mais visibilidade no mercado, a empresa pode adotar estratégias de marketing digital focadas em aumentar a exposição desses produtos.
A FecomercioSP ressalta que a expectativa é de que o comércio eletrônico siga com bom desempenho ao longo de 2019, principalmente porque há novas modalidades de crédito sendo estudadas pelas operadoras de cartões para ampliar a concessão de crédito.
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A Entidade também enfatiza que a predominância de bens duráveis no varejo online tende a impulsionar as vendas. Entretanto, é importante se atentar a como a precificação dos Correios, que é o mais importante elo dessa logística, pode pressionar ligeiramente o aumento no preço desses bens.
Números
O faturamento real do comércio eletrônico no Estado de São Paulo encerrou o quarto trimestre de 2018 com crescimento de 42,9% em comparação ao trimestre anterior, com faturamento real de R$ 5,87 bilhões e 14,3 milhões de pedidos feitos pela internet. Em comparação ao quarto trimestre de 2017, o avanço nas vendas nesse segmento foi de 13,1%. O total das vendas pelo e-commerce em 2018 foi 4% superior a 2017.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (E-commerce E-bit) para o Estado de São Paulo (PCCE), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) por meio do seu Conselho de Comércio Eletrônico em parceria com a Ebit/Nielsen.
Esses números são importantes, pois confirmam a tendência de crescimento das vendas no varejo online verificada desde 2017: após dois anos de queda representativa, de aproximadamente 2% entre 2015 e 2016, esse mercado ganhou fôlego e teve aumento acumulado de 4,2% em 2017.
A pesquisa mensura a participação do e-commerce nas vendas totais do varejo em 16 regiões do Estado. Além disso, traz informações sobre o faturamento real, o número de pedidos realizados e o preço médio dos produtos.
Na comparação com os três últimos meses de 2017, o crescimento nas vendas em 2018 foi o seguinte: outubro obteve aumento de 12,7%; novembro, de 9,1%; e dezembro, de 20,1%.
Nesse mesmo trimestre, os bens duráveis concentraram 72,4% do faturamento. Já os semiduráveis obtiveram participação de 14,1% nas vendas, e os não duráveis, de 13,5%. As estratégias comerciais podem reduzir a distância no faturamento dos três tipos de bens de consumo.
Já na capital paulista, o faturamento real do comércio eletrônico foi de R$ 2,17 bilhões no quarto trimestre – 43,1% superior ao resultado do trimestre anterior e 14,6% maior do que o quarto trimestre de 2017.
Fatores que influenciaram
Segundo a FecomercioSP, alguns fatores contribuíram para essa inversão de tendência: o faturamento real do varejo online foi beneficiado pelo ciclo de recuperação da atividade econômica, com a queda nas taxas de juros após vários trimestres em recessão. Além disso, a inflação está dentro da meta, isto é, sem grandes flutuações, o que favorece o poder de compra das famílias.
De acordo com a Federação, o comércio eletrônico se beneficia do impacto positivo que datas como a da Black Friday e o Natal trazem para as vendas no varejo online.