Economia
13/12/2016Presidente do BC diz na FecomercioSP que ciclo de queda de juros pode ser intensificado
Ilan Goldfajn também defendeu que governo promova reformas microeconômicas para melhorar o ambiente de negócios
Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn foi um dos palestrantes do evento realizado na FecomercioSP
(Foto/TUTU)
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) recebeu nesta terça-feira (13) o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que palestrou durante o evento “Estratégias para o crescimento: a mudança do papel do Estado”, uma iniciativa da Federação em parceria com a Columbia Global Centers | Rio de Janeiro, braço da universidade norte-americana de Columbia, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (EBAPE/FGV), e o UM BRASIL.
Em sua fala, feita pouco após a aprovação em segundo turno no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um limite para os gastos públicos por 20 anos, Goldfajn elogiou a aprovação da matéria dizendo que, sozinha, a política monetária não poderá promover a recuperação da economia brasileira.
Segundo ele, além da aprovação do teto dos gastos e da trajetória de queda da inflação, o País precisa realizar reformas microeconômicas, que dizem respeito à melhoria do ambiente de negócios, e a da Previdência.
“A primeira PEC relevante do governo passou. A segunda, a da Previdência, precisa ocorrer, pois se não lidarmos com ela, ela vai lidar com a gente. A Previdência vai ocupar todos os gastos. A PEC dos gastos é boa porque vai nos fazer tomar escolhas [orçamentárias]”, afirmou Goldfajn.
O presidente do Banco Central também disse que, com o arrefecimento da inflação nos últimos meses, aliada às medidas fiscais de redução de gastos implementadas pelo governo, o ciclo de queda da taxa de juros pode ser acentuado. “Agora há espaço para uma queda de juros mais sustentável do que foi no passado. O que foi aprovado hoje é certamente um passo relevante para termos um juro estrutural menor.”
Goldfajn, ainda, apresentou um histórico da crise econômica brasileira, ressaltando que o País perdeu oportunidades durante o boom econômico na década passada e fez escolhas erradas para impulsionar o crescimento, como política de crédito subsidiado e intervenção nos preços, o que reduziu os investimentos e gerou uma inflação reprimida.
Por fim, o presidente do Banco Central ressaltou que o País ainda está lutando contra a crise e, que, por isso, o controle da inflação segue vigilante. “A política monetária sozinha não vai conseguir promover a recuperação. São necessárias as reformas fiscais, microeconômicas e previdenciária para sairmos da recessão de forma sustentada”, afirmou Goldfajn.
A mudança do papel do Estado
Com participação da FecomercioSP e do UM BRASIL, o evento teve o objetivo de discutir estratégias para o desenvolvimento do País de forma a garantir o crescimento sustentável no longo prazo.
Em sua fala de abertura, o presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, disse que o Brasil precisa fazer uma “autoavaliação crítica” sobre o tamanho de seu Estado e de suas políticas públicas, além de citar o UM BRASIL, projeto de entrevistas e debates organizado pela Federação. “A criação do UM BRASIL passa pela ideia de dar vozes aqueles que se dedicam a pensar um País mais forte e eficiente”, disse Szajman.
O evento também contou com a participação de especialistas e do diretor da Columbia Gobal Center Rio de Janeiro, Thomas Trebat, além de outras autoridades.
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