Economia
23/08/2018Produtos como pão e gasolina podem ser afetados com a alta do dólar, aponta FecomercioSP
Segundo a assessoria econômica da Entidade, se a tendência de alta do dólar persistir, consumidor brasileiro terá que gastar mais com produtos do dia a dia
Tendência do câmbio atual é de que o País tenha sérios problemas fiscais e, consequentemente, inflacionários
(Arte: TUTU)
A incerteza gerada pelo período eleitoral afetou também o dólar. Nesta semana, a moeda americana superou os R$ 4 e acendeu o sinal de alerta dos mercados. De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o País, atualmente, vive mais períodos de sobressalto do que de normalidade política, o que acaba por tornar o mercado financeiro extremamente arisco.
As reações mais evidentes em decorrência do humor dos mercados se verificam no Ibovespa e no câmbio (reais por dólares). Ainda segundo a Entidade, o problema não é efetivamente saber se o dólar está acima dos R$ 4, mas se o câmbio se estabilizará nesse valor ou se subirá mais e constantemente.
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Caso persista a tendência de alta, alguns produtos como o pão (que tem o trigo cotado em dólar), a gasolina (cujos reajustes consideram a cotação do petróleo no mercado internacional), entre outros produtos importados ficarão mais caros. Itens como azeite, vinhos e peixes (com destaque para bacalhau e salmão), eletroeletrônicos e viagens internacionais também serão afetados.
Segundo a FecomercioSP, o câmbio atual revela o receio de que a vertente reformista não tenha vida fácil no processo eleitoral, e, com isso, a tendência de acordo com o raciocínio dos mercados é de que o País tenha sérios problemas fiscais e, consequentemente, inflacionários. Esses fatores trariam uma crise de confiança para o Brasil, desestimulando investimentos e geração de empregos – e o câmbio continuaria se desvalorizando.
Entretanto, essa hipótese ainda é pequena. Para a Federação, não parece razoável que o Banco Central fique parado olhando o câmbio se desvalorizar ininterruptamente sem atuar, sabendo que isso teria efeitos muito grandes sobre a inflação. Também não parece razoável que qualquer candidato que seja eleito queira assumir um ambiente de terra arrasada, avalia a Entidade.
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