Economia
29/02/2016“Programa de concessões mudou o País”, diz presidente do Grupo CCR
Para Renato Alves Vale, setor de infraestrutura poderá promover retomada no crescimento econômico
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"País passa por um momento particular, mas avaliamos que essa etapa será superada e vamos retomar o crescimento econômico, disse o presidente do Grupo CCR, Renato Alves Vale.
(Arte/TUTU)
Com informações de Carlos Ossamu
O Programa de Concessões de Rodovias completou 20 anos em 2015. A CCR foi a primeira companhia a administrar um ativo rodoviário do governo federal, a Ponte Rio–Niterói. O contrato terminou no ano passado, a CCR participou do novo leilão, mas perdeu – a vencedora foi a Ecorodovias. “Não ficamos tristes por isso. Claro, participamos e fizemos uma oferta com o objetivo de ganhar, mas não deu. Particularmente, não fiquei triste. Temos a consciência tranquila de que modernizamos a ponte e a entregamos para o novo concessionário muito melhor do que a recebemos”, declara o presidente do Grupo CCR, Renato Alves Vale, nesta entrevista.
Segundo o executivo, ambas as partes, CCR e governo federal, cumpriram o contrato à risca, o que demonstra que o Brasil amadureceu e que o programa de concessões funciona bem. Para Vale, 2016 será um bom ano para o grupo. A companhia administra uma carteira de investimento em projetos que vão mudar o País. Entre os projetos relevantes do ano estão o início da duplicação da BR-163, em Mato Grosso do Sul, com a CCR MSVia; o início da modernização e a expansão do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, com a BH Airport; e as participações nos projetos para os Jogos Olímpicos Rio 2016 do VLT Carioca.
Segundo a avaliação da revista norte-americana Harvard Business Review, o senhor figura na 50ª posição dos cem presidentes de empresas com melhor desempenho do mundo, e entre os quatro melhores do Brasil. O que o mundo empresarial exige de seus líderes? Quais as características de um líder empresarial de sucesso?
Um líder precisa ser capaz de ouvir e de ser um conciliador. Tenho, como presidente do Grupo CCR, buscado fazer as duas coisas. Avalio que isso tem contribuído muito para o avanço da companhia, com responsabilidade, solidez e compromisso com nossos acionistas e com os nossos usuários. Obviamente que fico muito feliz por esse reconhecimento, mas isso ocorre pelo esforço de todo o Grupo CCR.
No âmbito do Grupo CCR, qual balanço o senhor faz de 2015 e quais as expectativas para 2016?
O ano de 2015 foi um ano com muitos desafios. O País passa por um momento particular, mas avaliamos que essa etapa será superada e vamos retomar o crescimento econômico. Avaliamos que o Programa de Investimento em Infraestrutura, lançado pelo governo e que será tocado em 2016, terá um papel fundamental para a recuperação da economia brasileira. O Grupo CCR avalia que 2015 foi um ano positivo.
Na área de concessões de rodovias, quais foram os desafios enfrentados em 2015 e como foram superados?
O setor de concessões de rodovias enfrenta desafios iguais àqueles enfrentados por outros setores da infraestrutura. A segurança jurídica dos contratos é um tema que avançou no Brasil, mas há, às vezes, algum recuo. Para investimentos de longo prazo, como os aplicados em infraestrutura, é fundamental que o País tenha regras claras e uma regulação perene.
Ainda em relação ao balanço de 2015, o que o senhor destacaria na área de transporte de passageiros (ViaQuatro, CCR Barcas e CCR Metrô Bahia)?
Mobilidade urbana é uma área estratégica para o Grupo CCR. Somos uma companhia com grande experiência na gestão de rodovias, mas como prestadores de serviços em infraestrutura, temos todo o interesse em investir em aeroportos e mobilidade urbana. Por isso o projeto da ViaQuatro, que foi a primeira PPP [Parceria Público-Privada] do Brasil, é estratégico para nós. E está indo muito bem, com altos níveis de satisfação dos usuários.
Como as crises econômica e política têm afetado os negócios do grupo?
O Grupo CCR tem construído uma história de sucesso com a gestão responsável e diligente que adota. Obviamente, os momentos econômico e político do Brasil criam desafios importantes para qualquer organização. Projetos de infraestrutura exigem planejamento de longo prazo, necessitam de muitos recursos financeiros e humanos. É necessário, portanto, termos cautela em cada passo. A gestão da companhia está atenta a tudo isso e toma decisões amparadas em premissas como a disciplina de capital e a governança.
Como está o andamento do projeto para a construção de um aeroporto em Caieiras? O que o senhor pode revelar sobre este projeto?
O Nasp [Novo Aeroporto de São Paulo] é um projeto para longo prazo, mas que será muito importante para o atendimento da demanda futura. Esse é um projeto que pertencia aos acionistas Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, assumido posteriormente pelo Grupo CCR. É importante lembrar que não existe ainda legislação no Brasil para a implantação de um projeto privado com essas características, mas avaliamos que isso ocorrerá em algum momento. O projeto Nasp demandará investimentos de R$ 7 bilhões e terá capacidade para receber pelo menos 40 milhões de passageiros por ano.
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