Os professores Ana Carla Mila Primak e Felipe Berndt Moreira compartilham diversas coincidências que vão além da mesma profissão: ambos são do sul do País, criaram novos destinos para resíduos sólidos e viram oportunidades econômicas em suas soluções. Além disso, os dois foram finalistas do 4º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade.

Ela, professora da Faculdade Campo Real, da cidade de Guarapuava (PR), viu potencial nos resíduos da construção civil e nas garrafas PET descartadas no meio ambiente. Com estudos, a professora criou um material moldável e resistente, sendo um compósito para fabricar placas rígidas e compactas, que poderão ser utilizadas na produção de móveis e revestimentos cerâmicos, por exemplo. Além de evitar o despejo incorreto desses resíduos, a solução tem viabilidade econômica atrativa.

A ideia de Ana Carla está disponível para interessados em negociar. "Espero que no futuro alguma empresa esteja interessada na ideia para, quem sabe, poder vendê-la. Hoje não disponho de máquinas para o desenvolvimento da solução", explica a professora.

Já o companheiro finalista da mesma categoria, o professor Moreira, reaproveitou resíduos da produção de painéis de fibras de média densidade, do inglês Medium Density Fiberboard (MDF). Com o material, ele constatou ser possível fabricar outros móveis de pequenas dimensões para apoio e decoração.

Hoje, o projeto está paralisado, já que, para ter andamento, são necessários alguns equipamentos. "Necessita basicamente de um local para a execução dos trabalhos e do maquinário para a produção dos móveis de reaproveitamento de resíduos de MDF", comenta Moreira. 

O professor tem planos para a solução criada. "Futuramente pretendo investir no projeto para torná-lo fonte de renda para pessoas que necessitem", indica.

Na categoria, o vencedor do 4º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade foi o projeto "Potencial de uso agrícola da água de reúso após tratamento por osmose reversa", do professor Nildo da Silva Dias, da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa).