Economia
29/03/2018Proporção de aplicadores que declararam investir em ações atingiu o maior valor desde junho de 2012
Pesquisa da FecomercioSP aponta ainda que, em março, o índice de intenção de financiamento do consumidor paulistano registrou estabilidade
Além das ações que estão em alta, modalidades como a previdência privada e os fundos imobiliários também podem cair no gosto do investidor
(Arte: TUTU)
Em março, 21,5% dos consumidores paulistanos declararam que desejam adquirir algum produto com pagamento financiado ou parcelado nos próximos três meses, praticamente estável em relação a fevereiro – quando essa parcela era de 21,1%. É o que aponta a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Índice de Intenção de Financiamento cresceu pouco mais de 10% no primeiro trimestre, ao passar de 39,8 pontos em janeiro, 43,8 em fevereiro e, agora, atinge 44 pontos em março. Vale ressaltar que o resultado segue impactado pela alteração de uma das perguntas da pesquisa, ocorrida no mês de janeiro, com o objetivo de torná-la mais simples e objetiva, facilitando o entendimento do entrevistado.
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Nesse sentido, a questão "Nos próximos três meses você planeja pegar algum financiamento ou empréstimo para adquirir algum bem?" foi alterada para "Nos próximos três meses você está pensando em comprar algum produto com pagamento parcelado ou financiamento?".
O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, também ficou praticamente estável (-0,3%), ao passar de 80,6 pontos em fevereiro para 80,4 pontos em março. Em relação ao mesmo mês de 2017, quando o indicador marcava 79 pontos, houve alta de 1,8%. Entre os endividados, o índice saltou de 60,7 pontos em fevereiro para 62,6 pontos no mês atual, alta de 3,2%, e, em relação a março de 2017, houve crescimento de 1,4%. Em relação aos não endividados, o índice apresentou queda mensal de 2,7%, passando de 104,4 para 101,6 pontos em março. Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, houve alta de 6,4% – quando o indicador marcava 95,5 pontos no mesmo mês de 2017.
Segundo a FecomercioSP, a segurança de crédito dos consumidores vem crescendo lentamente e, ainda que não tenha atingido o patamar ideal, há uma recuperação econômica em curso com a geração de novos empregos e renda. Dessa forma, os bancos e instituições financeiras não devem avaliar a situação do endividado com base em um único fator – o de não haver reservas financeiras –, mas devem levar em consideração todas essas variáveis de retomada econômica para voltar a conceder o crédito.
Aplicações
Em março, 58,9% dos entrevistados declararam ter a poupança como principal modalidade de investimento, queda de 3,4 pontos porcentuais (p.p.) em relação a fevereiro e 0,7 p.p. inferior ao apurado em março do ano passado. Apesar de ainda ser a aplicação preferida dos paulistanos, a poupança segue distante dos 80% já registrados.
Para a Entidade, a queda da popularidade da poupança só não foi maior porque, no momento, as aplicações vinculadas ao CDI estão tendo um desempenho esperado líquido próximo ao da poupança tradicional. Ainda assim, as regras do governo para a poupança tendem a baixar o rendimento dessa aplicação para cerca de 5% ao ano.
Por outro lado, a parcela de entrevistados que declararam investir em ações foi de 4,7% em março, atingindo, assim, a maior proporção da série histórica, iniciada em junho de 2012. As aplicações em renda fixa e em previdência privada seguem em segundo e terceiro lugares, respectivamente, com 21,4% e 6,8% em março, contra 21,2% e 10,7% no mesmo mês de 2017.
Para a FecomercioSP, outras aplicações tendem a ser boas opções para os brasileiros. Além das ações que estão em alta, modalidades como a previdência privada – que segue na esteira do tema Reforma da Previdência – e os fundos imobiliários também podem cair no gosto do investidor.
Essa é uma boa notícia, pois durante muitos anos o brasileiro basicamente só via a poupança como alternativa, principalmente para as classes de renda baixa e média. O horizonte de possibilidades está crescendo, o que é positivo, e se consolidará se houver manutenção das políticas econômicas tradicionais, estima a Entidade.
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