Economia
16/03/2017Proporção de famílias com dívidas atinge o menor patamar desde março de 2015
Segundo a FecomercioSP, nível de endividamento caiu pelo terceiro mês consecutivo e registrou recuo de 2,6 p.p. na comparação com fevereiro de 2016
No mês, 11,9% das famílias afirmaram ter o financiamento de casa entre as principais dívidas
(Arte/TUTU)
As famílias paulistanas aproveitaram os recursos extras do décimo terceiro salário para ajustar o orçamento doméstico. Com isso, o porcentual de endividados caiu pelo terceiro mês consecutivo e, em fevereiro, 48,5% das famílias declararam ter algum tipo de dívida, queda de 0,7 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando a proporção era de 51,1%, o recuo foi de 2,6 p.p.. Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,899 milhão em janeiro para 1,873 milhão em fevereiro, sendo que no mesmo mês de 2016, esse número era de 1,959 milhão, uma redução de famílias endividadas de 86 mil.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a assessoria econômica da Federação, além da utilização do 13º salário para quitar dívidas, parte da queda no endividamento em fevereiro pode ser explicada também pelo conservadorismo dos consumidores que, diante da crise econômica e do receio do desemprego, estão avessos à tomada de crédito.
Na segmentação por renda, o endividamento é maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em fevereiro foi de 52,8%, queda de 1,2 p.p. em relação ao mês anterior (54,0%). Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 35,9% em fevereiro, alta de 0,5 p.p. em relação a janeiro (35,4%).
Para os consumidores endividados, o prazo médio de comprometimento da renda teve maior incidência nos prazos por mais de um ano (34,0%) e até três meses (24,7%). O restante divide-se nos períodos entre 3 e 6 meses (21,2%) e entre seis meses e um ano (17,6%).
Inadimplência
A inadimplência, que em agosto/setembro de 2016 atingiu o maior patamar em quatro anos (19,9%), caiu pelo quinto mês consecutivo, passando de 16,9% em janeiro para 16,5% em fevereiro. A proporção de famílias com contas em atraso também caiu (0,6 p.p.) em relação ao mesmo período do ano passado quando registrava 17,1%. Já a proporção de famílias que não terão condições de pagar as contas no próximo mês subiu pelo segundo mês consecutivo, passando de 7,4% em janeiro para 8,4% em fevereiro e também é superior ao registrado em fevereiro de 2016 quando 6,5% das famílias declararam estar nessa situação.
Dentre as famílias com contas em atraso, 57,9% delas têm contas vencidas a mais de 90 dias; 23,3% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; enquanto que 17,3% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
A ocorrência de contas em atraso é maior dentre as famílias com menor renda, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Segundo a FecomercioSP, para esta faixa da população, onde qualquer imprevisto pode desequilibrar suas finanças, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões.
As duas faixas de renda apresentaram queda na proporção de famílias com contas em atraso em fevereiro. Para o grupo que ganha até dez salários mínimos, a proporção de famílias com contas em atraso caiu 0,4 p.p. ao passar de 21,6% em janeiro para 21,2% no mês. Já no caso das famílias com renda superior a este patamar, o porcentual passou de 6,4% para 5,7% neste mesmo período.
Tipos de dívida
O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, que foi utilizado por 70,0% das famílias paulistanas em fevereiro.
Em seguida, estiveram entre os preferidos para tomar crédito os carnês (13,3%), o crédito pessoal (12,2%), o financiamento de carro (12,0%), o financiamento de casa (11,9%), o cheque especial (7,7%) e o crédito consignado (3,6%).
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