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Economia

Proporção de famílias paulistanas endividadas atinge 53,4% em agosto, a maior desde setembro de 2015

Segundo pesquisa da Entidade, 9,5% das famílias da capital não terão condições de pagar as contas em atraso no próximo mês e permanecerão inadimplentes, o maior porcentual desde agosto de 2004

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Proporção de famílias paulistanas endividadas atinge 53,4% em agosto, a maior desde setembro de 2015

Em comparação com agosto de 2016, houve um aumento de quase 90 mil no número de famílias endividadas, ao passar de 1,980 milhão para 2,070 milhões
(Arte/Banco de Imagens)

Em agosto, 53,4% das famílias declararam ter algum tipo de dívida, aumento de 2,8 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com julho, quando 50,6% afirmaram estar na mesma situação. É a maior proporção desde setembro de 2015, quando a parcela de famílias endividadas atingiu 54,7%. No comparativo com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 1,9 ponto porcentual. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Em comparação com agosto de 2016, houve um aumento de quase 90 mil no número de famílias endividadas, ao passar de 1,980 milhão para 2,070 milhões.

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Na segmentação por renda, o endividamento foi maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais alta. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em agosto foi de 58,1%, alta de 2,4 p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 39,7% em agosto, alta de 4,1 p.p. em relação a julho (35,6%).

Inadimplência

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, após ter permanecido estável em maio e junho e ter caído em julho - provavelmente em razão dos recursos extras das contas inativas do FGTS -, a proporção de famílias com contas em atraso voltou a subir em agosto, atingindo 19,5%, alta de 1,4 p.p. em relação ao mês anterior e leve queda em relação a agosto do ano passado, quando registrou 19,9%.

A proporção de famílias que não terão condições de pagar as contas em atraso no próximo mês e permanecerão inadimplentes é a maior desde agosto de 2004, quando chegou a 11,3%. Essa parcela subiu 1,7 ponto porcentual, ao passar de 7,8% em julho para 9,5% em agosto, e é 1 p.p. superior ao registrado em agosto de 2016, quando 8,5% das famílias declararam estar nessa situação. Diante do quadro de desemprego ainda elevado, é inevitável a deterioração das variáveis relacionadas à inadimplência.

Entre as famílias com contas em atraso, 52,8% têm contas vencidas há mais de 90 dias e 23,4% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias, enquanto que 22,3% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.

Em torno de 25,6% dos paulistanos disseram ter entre 11% e 50% de sua renda comprometida com dívidas. Para 26,8% das famílias, o comprometimento é menor que 10%, enquanto que para 18,4% dos endividados, o pagamento de dívidas compromete mais de 50% de sua renda.

A ocorrência de contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Segundo a Entidade, essa faixa da população, em que qualquer imprevisto pode desequilibrar as finanças, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões.

Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, a proporção de contas em atraso registrou alta de 0,6 p.p. na comparação mensal, atingindo 24,6% em agosto. No caso dos consumidores com renda acima de dez salários mínimos, o porcentual voltou a subir 2,6 pontos porcentuais, passando de 5,1% para 7,7% nesse mesmo período.

Tipos de dívida

O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, utilizado por 71% das famílias endividadas. Em seguida, estão: carnês (14,6%), financiamento de casa (12%), crédito pessoal (11,8%), financiamento de carro (11,2%), cheque especial (6,8%) e crédito consignado (4,8%).

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos. 

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