Economia
12/07/2017Proporção de famílias paulistanas endividadas cai pelo segundo mês consecutivo em junho, aponta FecomercioSP
Segundo pesquisa da Entidade, após três altas seguidas, inadimplência permaneceu estável em junho
Principais tipos de dívidas continuam sendo com cartão de crédito, crédito pessoal, carnês e financiamentos de carro e casa (Arte: TUTU)
Apesar de a inflação desacelerar e da trajetória de queda da taxa de juros, alguns fatores como o desemprego elevado e a nova crise política ainda incomodam os consumidores paulistanos, que adotam uma postura conservadora no quesito endividamento. Em junho, 49,7% das famílias declararam ter algum tipo de dívida, queda de 2,7 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com maio, quando 52,4% afirmaram ter dívidas. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando a proporção era de 49%, houve um leve aumento de 0,7 ponto porcentual.
Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 2,028 milhões em maio para 1,925 milhão em junho, sendo que em junho de 2016 esse número era de 1,881 milhão. Comparando junho ano a ano, o aumento de famílias endividadas foi de quase 44 mil. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
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Na segmentação por renda, a parcela de endividados é maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais alta. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em junho foi de 55%, queda de 2,1 p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 34,4% em junho, queda de 4,4 p.p. em relação a maio (38,8%).
Do total das famílias endividadas, 51,6% têm entre 11% e 50% da sua renda comprometida com o pagamento de dívidas. Para 24,7% das famílias, o comprometimento com o pagamento de dívidas é menor que 10%, enquanto que para 20,1% das famílias endividadas esse comprometimento é superior a 50% da renda.
Inadimplência
Após três altas consecutivas, a inadimplência ficou praticamente estável (-0,2 p.p.), atingindo 19,0% em junho. Em relação ao mesmo período do ano passado, a proporção de famílias com contas em atraso subiu 1,4 p.p. quando registrava 17,6%. A proporção de famílias que não terão condições de pagar as contas no próximo mês registrou estabilidade pelo segundo mês consecutivo (8,2%), e é 1,0 p,p. superior ao registrado em junho de 2016, quando 7,2% das famílias declararam estar nessa situação. Segundo a Federação, diante do quadro de desemprego ainda elevado, é inevitável a deterioração das variáveis relacionadas à inadimplência.
Dentre as famílias com contas em atraso, 46,7% delas têm contas vencidas a mais de 90 dias, 24,7% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias, enquanto que 26,2% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
A ocorrência de contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Segundo a Entidade, essa faixa da população, em que qualquer imprevisto pode desequilibrar as finanças, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões.
Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, a proporção de contas em atraso registrou leve alta (0,3 p.p.) na comparação mensal, atingindo 24,7% em junho. Já no caso das famílias com renda acima desse montante, o percentual recuou 1 p.p. em relação a maio, passando de 7,5% para 6,5%.
Tipos de dívida
O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, utilizado por 72% das famílias endividadas. Em seguida, vem crédito pessoal (13,8%), carnês (13,3%), financiamento de carro (12,9%), financiamento de casa (10,8%), cheque especial (6,5%) e crédito consignado (4,9%).
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