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Negócios

Protecionismo no mundo: contradições e oportunidades no comércio internacional

Em entrevista ao Canal UM BRASIL, Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil, defende que as empresas brasileiras devem apostar mais nas exportações

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Protecionismo no mundo: contradições e oportunidades no comércio internacional
A conversa também abordou o cenário do comércio internacional e os entraves logísticos para a integração brasileira (Crédito: UM BRASIL)

“Atuar no mercado interno é bom e mais fácil. Mas quem exporta nunca se arrepende”, defende Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil. 

Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, Pesaro defende que as empresas brasileiras devem apostar mais nas exportações. 

A conversa com o diretor da Apex também abordou o cenário do comércio internacional e os entraves logísticos para a integração brasileira. Pesaro ainda refletiu sobre as contradições do avanço do protecionismo em um mundo cada vez mais integrado. 

Um mundo de oportunidades 

  • Novos incentivos. Em setembro, a Apex assinou convênios de R$ 537 milhões para incentivos à exportação no Brasil. Destes, R$ 175 milhões são destinados a pequenos exportadores, que são, hoje, 41% das empresas brasileiras do setor. No entanto, os valores comercializados não chegam a 1% do total movimentado no País, segundo dados do governo federal.
  • Melhores salários. Pesaro defende que as empresas brasileiras devem, cada vez mais, direcionar esforços ao comércio externo, uma vez que traz vantagens e oportunidades. Empresas que exportam chegam a ter um nível salarial três vezes maior, explica.
  • Aumento da competitividade. Com regras internacionais mais rígidas, a qualidade da produção também cresce. “Fora a questão da competitividade. Você está competindo com outros produtos similares, de outros países. Se o seu não for melhor, por que as pessoas vão comprar?”, questiona o diretor da Apex.
  • Desenvolvimento. Pesaro ainda elenca outras oportunidades, como o pagamento em moeda forte como o dólar e a ampliação dos mercados. “É uma revolução. Todos os países que se voltaram para o mundo tiveram um desenvolvimento socioeconômico mais rápido”, conclui.

Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil
Pesaro ainda refletiu sobre as contradições do avanço do protecionismo em um mundo cada vez mais integrado Pesaro ainda refletiu sobre as contradições do avanço do protecionismo em um mundo cada vez mais integrado
Mônica Sodré entrevista Floriano Pesaro Mônica Sodré entrevista Floriano Pesaro
Debate abordou as oportunidades mundiais, o cenário global e o avanço do protecionismo Debate abordou as oportunidades mundiais, o cenário global e o avanço do protecionismo
Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil
Pesaro ainda refletiu sobre as contradições do avanço do protecionismo em um mundo cada vez mais integrado
Mônica Sodré entrevista Floriano Pesaro
Debate abordou as oportunidades mundiais, o cenário global e o avanço do protecionismo

Cenário mundial 

  • De olho nos mercados asiáticos.  Nos próximos 20 anos, a Ásia deve crescer mais que a Europa e os Estados Unidos e será o maior comprador de produtos no mundo, afirma Pesaro. “O Vietnã deve crescer de 7% a 7,5% nos próximos anos. A Índia já cresce de 7% a 8% ao ano. São mercados consumidores enormes. E também investidores”, comenta.
  • Ascensão chinesa. “A China está se impondo como potência, e hoje já é a maior compradora do Brasil”, explica o diretor da Apex. Só em 2023, as trocas comerciais entre os dois países somaram mais de US$ 157 bilhões. Além disso, o superávit comercial do País com o gigante asiático foi de US$ 51,1 bilhões, informa a Agência Brasil.
  • Entraves logísticos. Ainda sobre o cenário mundial, Pesaro elenca desafios no escoamento de produtos brasileiros, como a falta de uma malha ferroviária maior e a concentração dos portos no Sudeste — distantes do Norte Global. “O Brasil se desenvolveu com todos os seus portos voltados lá para a Antártida”, comenta. “Queremos um porto internacional grande em Belém, Manaus, Macapá e São Luís. Essas cidades estão em frente aos Estados Unidos e à Europa.”
  • Oportunidades. Pesaro afirma que a COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 —, que acontecerá em Belém do Pará, será uma ocasião para pôr em pauta a necessidade da construção de portos no Norte e no Nordeste. “A ideia do evento é mostrar as oportunidades de investimento também”, conclui.

Avanço do protecionismo

  • Carros elétricos. Desde o início do ano, China e Estados Unidos vivem um embate em torno da importação de carros elétricos chineses. Em setembro, os norte-americanos anunciaram uma taxação de 100% sobre os veículos e proibiram software e hardware chineses em carros conectados no país. Os asiáticos, mais uma vez, prometeram retaliação.
  • Tendências. A saga dos veículos não é isolada. Medidas comerciais restritivas e decisões unilaterais têm crescido cada vez mais, ameaçando a eficiência econômica, impactando os preços dos produtos e provocando tensões geopolíticas.
  • Contradições. Cada vez mais países tomam medidas para proteger indústrias domésticas estratégicas. “O mundo ficou mais global e mais fechado. Parece um contrassenso. Mas não é. Os países estão mais protecionistas, especialmente depois da pandemia”, comenta o diretor da Apex. 

Aperte o play e assista à entrevista na íntegra.


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