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Economia

Reajuste do salário mínimo em 2015 poderá elevar preços ao consumidor

Aumento de itens como tributos e aluguel também pressiona o comerciante a repassar o valor para produtos e serviços

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Reajuste do salário mínimo em 2015 poderá elevar preços ao consumidor

A proposta de reajuste de 7,71% do salário mínimo em 2015 - dos atuais R$ 724,00 para R$ 779,79 -, divulgada pelo governo em abril, acendeu o alerta entre os comerciantes. Alguns apontam que o custo do reajuste acabará sendo repassado ao consumidor enquanto outros indicam que a empresa deixará de contratar colaboradores. Há também os que reúnem as duas hipóteses, como Teodoros Procópio, proprietário da Megagraf Papelaria Ltda, localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. “Não tem jeito, o consumidor acaba sentindo o aumento. Não sendo suficiente, acabamos diminuindo o quadro de funcionários da empresa. Hoje, temos três funcionários”, conta Procópio.

Existem ainda empresas que preferem não embutir esse custo nos preços. “Nós evitamos repassar ao consumidor, mas, às vezes, acabamos tendo prejuízo”, conta Ligia Zitelli, atendente da farmácia de manipulação Humanitas, na Bela Vista, também em São Paulo, que conta hoje com sete funcionários.

Na avaliação do economista Fábio Pina, da FecomercioSP, o impacto geral é ainda maior “porque, em São Paulo, são poucos os comerciários que ganham apenas o salário mínimo. No varejo, o piso salarial costuma ser maior do que o mínimo”, alega. Além disso, o varejista tem arcado com o aumento de custo de vários outros itens essenciais para o funcionamento do empreendimento, como tributos e aluguel.

“Os preços repassados ao consumidor são reflexo desse aumento de custos em geral”, diz Pina. Ele acrescenta que alguns produtos permitem o reajuste de preços, mas outros não. De acordo com o economista, é possível que o comércio de bens duráveis seja mais afetado do que o setor de alimentação, que tem mais possibilidade para reajustar os preços.


Fórmula de cálculo

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a regra de correção do salário mínimo, que leva em conta a inflação passada e a variação do PIB, não é adequada por desconsiderar a produtividade da economia brasileira. Segundo Fábio Pina, esse cenário estimula a informalidade no médio prazo. “A fórmula atual de cálculo do reajuste do salário mínimo representa forte aumento de custos aos empresários, já que a economia vem crescendo em ritmo mais fraco. A tendência é a informalidade crescer”, avalia.

Para se ter um parâmetro da disparidade da regra em relação à realidade da economia, o salário mínimo nacional subiu 109,5% além da inflação em 13 anos. No mesmo período, a produtividade, medida pelo desempenho do PIB em relação ao aumento do emprego formal, caiu 9,9%. A Federação considera que o mais adequado para a futura regra de reajuste do salário mínimo, a ser definida no começo de 2015, é a correção pela inflação passada e livre negociação entre as partes para aumentos acima desse valor, mediante acordos coletivos e balizados pela produtividade.

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