Sustentabilidade
12/05/2014Reaproveitar resíduos da castanha-do-pará pode beneficiar produtores
Projeto da estudante Cibele Vlela é finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
Castanha-do-pará, castanha-do-acre, castanha-do-brasil, tocari e turiri. São todos nomes populares para a Bertholletia excelsa, fruto abundante no Norte do Brasil, na região amazônica, na Bolívia e no Peru. O único Estado onde ela ainda é abundante é no Acre. A árvore pode ser encontrada às margens de alguns rios, como Negro, Araguaia e Amazonas.
Estima-se que o Brasil produza em torno de 40,3 mil toneladas dessa amêndoa por ano. Para cada tonelada de castanha limpa é gerada 1,4 tonelada de resíduos, compostos por cascas e o chamado ouriço, o fruto do castanheiro. Com isso, o total de cascas e ouriços gerados ultrapassa 56 mil toneladas.
Buscar uma destinação para esse resíduo é um desafio constante para os produtores, e a estudante de engenharia de alimentos da Universidade Federal do Mato Grosso — Campus Universitário do Araguaia — Cibele Vilela decidiu estudar um aproveitamento econômico para o material. Ela propõe a fabricação de pequenos blocos aromatizados (briquetes) e ecopisos a partir dos resíduos da castanha-do-pará. “A ideia é utilizar os briquetes em fornos de padarias, pizzarias e restaurantes, em substituição ao carvão e à madeira”, explica. A iniciativa é finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, na categoria Academia, entre os estudantes.
O conceito para o projeto veio do orientador de Cibele, que é produtor de castanha-do-pará e enfrenta o problema do resíduo ambiental da casca do fruto todos os anos. A pesquisa possui um caráter sustentável ainda maior à medida que minimiza os impactos naturais causados pelo desmatamento para obtenção da lenha, além de apoiar o desenvolvimento local, propondo uma nova alternativa de renda para os coletores da castanha.
O projeto da estudante sugere que os briquetes sejam produzidos a partir da biomassa densificada por um processo de compactação. Entre outros aspetos, a técnica aumenta a densidade do resíduo, facilitando o armazenamento, e favorece o transporte, pois permite que os resíduos cheguem mais facilmente aos locais de geração de energia.
O trabalho de Cibele destaca que o reaproveitamento econômico dos resíduos da castanha pode ser uma importante ferramenta para influenciar o desenvolvimento sustentável das regiões produtoras, uma vez que oferece aos extrativistas uma maneira de obter ganhos sem degradar a natureza.
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