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Sustentabilidade

Recicladora de resíduos da construção civil amplia unidades em operação

Falta de fiscalização de empresas irregulares é entrave para expansão do mercado, avalia empreendedor

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Recicladora de resíduos da construção civil amplia unidades em operação

Vencedora do 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, realizado em 2011, na categoria pequena e média empresa, a Estação Resgate conquistou maior visibilidade no mercado nacional e passou a ser procurada para a abertura de novas unidades no Brasil. O trabalho desenvolvido consiste em beneficiar produtos provenientes da construção civil – restos e sobras de massas e concretos – além de demolições de edificações, transformando-os em agregados para utilização em obras. Com isso, propõe reduzir custos de edificações e poupar o meio ambiente de descartes inconvenientes e aterros danosos. A empresa atua com reciclagem de RCD (resíduos da construção civil e demolição) desde 2007, operando equipamentos móveis e, a partir de 2009, com usinas fixas.
 
A empresa opera no modelo de franquia e nos últimos três anos registrou crescimento de 400% no faturamento, conta o fundador, Gilberto Meirelles. “Entretanto, o crescimento de vendas foi de 20%, em média, por unidade”, relata. Cada uma delas fatura cerca de R$ 1,5 milhão por ano. Em 2011, eram duas unidades em funcionamento, ambas em São Paulo. Hoje, há cinco unidades em quatro Estados: duas em São Paulo, uma em Minas Gerais, uma em Goiás e outra em Pernambuco. Meirelles acredita que a demanda por novas unidades é maior do que a velocidade com que governo (como órgão fiscalizador) e iniciativa privada (como cliente) se interessam por este segmento. Em 2012, com a ampliação do seu quadro técnico de profissionais e capacidade de atendimento, passou a atuar em Minas Gerais como fornecedor de insumos para a indústria, em especial a fabricação de cimento.

Para Meirelles, a conscientização das empresas e da população em geral sobre o descarte correto de resíduos é insatisfatória. “As iniciativas são muito mais para efeito de marketing do que uma real ação dos governos nas três esferas: federal, estadual e municipal. Existe uma enorme informalidade que não é combatida e atrapalha o trabalho das empresas sérias”, opina.
 
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que os municípios brasileiros coletaram mais de 35 milhões de toneladas de RCD em 2012, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior. Mas o destino final dado aos RCD exige atenção especial pois os municípios coletam apenas os resíduos lançados nos logradouros públicos, o que significa que a quantidade total desses resíduos é ainda maior do que a registrada oficialmente.
 
Meirelles informa que são reciclados cerca de 20% do volume total de RCD gerados por um município, sendo que esse índice poderia alcançar os 80%. No entanto, para ser eficiente, a reciclagem depende de seleção na origem (geração), o que ainda é feito de forma precária. “Podemos dizer que melhorou em 10% a qualidade do material, mas existe espaço para muito mais”, afirma.  De acordo informações fornecidas pelo fundador da Estação Resgate, enquanto em países europeus o índice de resíduos da construção civil reciclados é alto (na Holanda chega a 98% e na Alemanha a 86%), no Brasil gira em torno de 5%.

Em relação à iniciativa privada, apenas poucas empresas fazem a rastreabilidade dos resíduos e quando não são obrigados, optam pela informalidade. “Os clandestinos, por não terem compromissos legais, acabam cobrando menos para receber os materiais”, esclarece Meirelles. Para ele, os municípios deveriam intensificar a fiscalização do processo, desde a geração do entulho (obra) até o destino final (aterros licenciados ou recicladoras).
 

Dados da coleta e reciclagem de resíduos da construção civil e demolição

Segundo dados de 2011 da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), o Brasil gera por volta de 173 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano. Desse volume, 55% é formado por entulho e 34% por lixo domiciliar. O entulho, que soma 95 milhões de tonelada por ano, é formado em sua maioria (64%) por argamassa, seguido por componentes de vedação (30%) e outros materiais (6%) como areia, pedra, concreto e metálicos.

Já, conforme levantamento da Abrelpe, a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados em 2012 cresceu em todas as regiões, em comparação ao dado de 2011. Em 2011, foram coletados 177,995 toneladas por dia. No ano seguinte, o número subiu para 181,288 toneladas por dia. A Região Sudeste continua respondendo por mais de 50% do material coletado e apresenta o maior percentual de cobertura dos serviços de coleta do País. Em 2012, a região coletou 95,142 toneladas por dia, seguida pelo Nordeste, com 40,021 toneladas por dia. Atrás estão a Região Sul, com 19,752 toneladas por dia, Centro-Oeste, com 14,788 toneladas  por dia e Norte, com 11.585 toneladas por dia .

Do volume de coleta de RCD, a região que se destacou foi a Sudeste, com 18,439 milhões de toneladas em 2012. Em seguida aparece o Nordeste, com 6,531 milhões toneladas, seguido pelos Estados do Sul do País, com 4,771 milhões de toneladas, Centro-Oeste, com 4,003 milhões de toneladas, e Norte, com 1,278 milhões de toneladas.  Os números referem-se aos resíduos de construção e demolição coletados pelo poder público municipal e excluem os  resíduos sob responsabilidade dos geradores.
 

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