Editorial
26/06/2017Reformas já, por José Roberto Pena
Presidente do Sincomércio de Jaú e Região defende necessidade de reformas política, judiciária, tributária, administrativa, previdenciária e trabalhista e, principalmente, da educação
A principal reforma de que o país necessita é a da educação, visto que contamos com 16 milhões de analfabetos, defende José Roberto Pena
(Arte/Banco de Imagens)
Por José Roberto Pena
Caros colegas do comércio, já não aguentamos mais tantas notícias ruins envolvendo corrupção que, ao que parece, já está institucionalizada em nosso País. Referidos fatos comprometem significativamente a produtividade e a eficiência. Resta-nos a conclusão triste de que a corruptela está enraizada na cultura brasileira e é sempre passiva e ativa.
A corrupção não tem ideologia e muito menos faixa de renda, ela está em todos os lugares. Por isso, há necessidade de reformas, sejam elas política, judiciária, tributária, administrativa e, principalmente, previdenciária e trabalhista. Contudo, a principal é a da EDUCAÇÃO, visto que contamos com 16 milhões de analfabetos!
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A falta de educação distorce os valores indispensáveis à formação do caráter de cada cidadão, o que, consequentemente, refletirá em seu comportamento. Desta maneira, debelar a corrupção depende fundamentalmente da participação popular e, para isso, precisamos EDUCAR nosso povo.
É neste contexto, e por ser sindicalista, representante de um dos setores que mais empregam neste País, que apoio as reformas PREVIDENCIÁRIA E TRABALHISTA.
A reforma da Previdência ideal não se realizará, mas, da forma que se apresenta, já é um avanço para diminuir o déficit, que está em torno de 8% do PIB. Se nada for feito, as projeções para o ano de 2060 sugerem um porcentual de 18%, índice que inviabilizaria a manutenção da Previdência. Impossível ignorar o fato de que, em 2016, somente o déficit do Regime Próprio dos Servidores da União (civis e militares) passou de R$ 77 bilhões. Desta maneira, fica inviável a manutenção do sistema previdenciário, sendo imprescindível o equilíbrio entre os setores público e privado.
Jáa reforma trabalhista é um passo importante, uma vez que visa estimular o emprego, reduzir a informalidade e proteger o trabalhador. Isto porque as rígidas regras de contratação têm apresentado uma grande dificuldade para acompanhar as mudanças que caracterizam a economia moderna, principalmente aquelas impostas pela concorrência no campo da globalização. Isso sem mencionar que ignoramos o fato de 60% dos brasileiros empregados estarem desprotegidos na informalidade.
Hoje, em decorrência da mudança de comportamento das novas profissões, se faz necessária a modernização da relação de trabalho, fazendo-a mais flexível e equilibrada, o que tornará o Brasil mais competitivo em relação ao mundo, haja vista o fortalecimento das empresas.
O principal ponto da reforma trabalhista é que prevalecerá o negociado sobre o legislado, melhorando o desempenho e a satisfação do trabalhador. O que está deixando os sindicatos laborais indignados é que, a partir dessa reforma, não será mais obrigado o desconto das contribuições assistencial e sindical, a não ser que o trabalhador seja associado e o autorize. Por esse motivo, as centrais sindicais estão tumultuando o País usando como escudo a perda dos "direitos dos trabalhadores", mas, na realidade, é a perda dessa receita que está impulsionando as manifestações.
Toda mudança gera desconforto. Mas não podemos ignorar a situação, devemos enfrentar e nos reinventar, fazendo com que sobrevivam os sindicatos mais eficientes e representativos.
Vivemos hoje em uma zona de conforto por falta de reformas. Esse ambiente não nos permite crescer, e quem perde é o povo brasileiro. Temos que nos espelhar em outros países que acertaram e, assim, buscar a perfeição, como, por exemplo, os americanos, que possuem uma legislação bem mais flexível, o que faz com que o país prospere. Precisamos desprezar o que já deu errado em outros lugares, como na Venezuela, que está enfrentando uma prolongada crise econômica, que colocou a maioria dos venezuelanos numa situação precária, haja vista a atitude populista dos governantes da bandeira vermelha.
Mas, graças a Deus, nossa bandeira é verde e amarela, nosso céu é azul. Uma nação, corajosa e alegre, de um povo de sangue vermelho, e é ele quem fará o progresso, trazendo prosperidade a todos. Só assim faremos jus à nossa BANDEIRA e viveremos, finalmente, em “ORDEM e PROGRESSO”.
José Roberto Pena é empresário e presidente do Sincomércio de Jaú e Região.
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