Negócios
20/03/2017Regras para o e-commerce internacional precisam avançar
FecomercioSP recebeu, nesta segunda-feira (20), debate sobre as mudanças e tendências do comércio exterior de serviços frente ao comércio digital
Um dos principais pontos comentados pelos especialistas foi o que se refere às normas relacionadas ao assunto
(Foto: Rubens Chiri / TUTU)
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) recebeu nesta segunda-feira, 20 de março, o seminário “O comércio digital e seus impactos para o comércio exterior de serviços”, para debater essa maneira de fazer negócios e os novos desafios para as empresas brasileiras do setor de varejo e de serviços. O evento foi organizado pela FecomercioSP, ao lado da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Secretaria de Comércio e Serviços, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e do Ministério das Relações Exteriores.
Na abertura do evento, o vice-presidente da Federação, Rubens Medrano, destacou a responsabilidade dos empresários de comércio e serviços na introdução das novidades nos mercados locais e o encurtamento das distâncias. “Hoje, uma loja em uma cidade pequena não fica mais restrita apenas à vizinhança, pois o mercado é todo o mundo, já que o consumidor está a um clique de distância”, disse.
Um dos principais pontos abordados pelos especialistas foi em relação às normas relacionadas ao assunto. A necessidade de haver garantias para o cliente que compra em outro país, porque se ele não puder reclamar ou tiver seus dados disponibilizados sem sua autorização, não comprará novamente, foi uma delas. “Precisamos de uma cooperação internacional robusta nessa área”, apontou o subsecretário-geral de assuntos econômicos e financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Marcio Cozendey, que destacou também o crescimento do tema comércio eletrônico (e economia digital) na agenda internacional.
Ao comentar sobre os números do e-commerce brasileiro em 2016, o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti, alertou para o aumento de compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros e frisou a importância de o comércio integrar seus canais on-line e off-line. “O consumidor não enxerga canais, mas marcas. E para alcançar isso aqui no Brasil precisamos adaptar algumas leis”.
Na questão da proteção de dados, o coordenador da Comissão de Estudo de Direito Digital do Conselho Superior de Direito da FecomercioSP, Renato Opice Blum, citou boas decisões e algumas normas genéricas, como trechos do Marco Civil da Internet e da Lei Carolina Dieckmann, porém, criticou a falta de uma lei de Proteção de Dados abrangente, a exemplo do que existe na União Europeia. “O Brasil precisa avançar também dentro de novas ferramentas que o comércio vai ter, além de análise, processamento, guarda e tratamento de dados.”
Já Felipe Hees, conselheiro na Missão Permanente do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), apontou dois temas que terão destaque no próximo encontro da organização, que acontece no final deste ano em Buenos Aires: o status atual de abordagem do tema comércio eletrônico, que atualmente visa discutir e não negociar (e precisa mudar para os países avançarem em acordos); e o questionamento de vários países em desenvolvimento sobre como podem participar de discussões relacionadas ao fluxo de dados avançados, sendo que possuem infraestrutura precária para telecomunicações (e internet), fator crucial para o e-commerce. “Outro desafio é criar um marco regulatório que seja propício aos modelos de negócio de comércio digital.”
Veja também:
Faturamento do e-commerce deve crescer 12% e atingir quase R$ 50 bilhões em 2017
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Brasileiros gastaram US$ 2,4 bilhões em sites internacionais em 2016
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Black Friday ganha força no calendário do e-commerce brasileiro
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Quem compra pela Internet no Brasil?
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Tíquete médio das compras on-line sobe para R$ 418 em 2016
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Setor de moda lidera vendas on-line em volume de pedidos
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