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Negócios

Relações bilaterais: visita oficial à China terá assinatura de 20 acordos

FecomercioSP avalia pontos de atenção na agenda da delegação brasileira em visita ao nosso maior parceiro comercial

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Relações bilaterais: visita oficial à China terá assinatura de 20 acordos
FecomercioSP avalia três pontos de atenção pelas repercussões que discursos e ações equivocadas podem causar (Arte: TUTU)

Começou, nesta quinta-feira (13), a agenda oficial do presidente Lula na China, com o objetivo de ampliar as relações econômicas e de cooperação com o gigante asiático. A visita atende ao convite do líder chinês Xi Jinping, com quem o presidente se reunirá na sexta-feira (14). A expectativa é que cerca de 20 acordos bilaterais sejam assinados em diversas áreas, como Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia, entre outras.

A visita neste início de mandato é bem-vinda para fortalecer as relações com o principal parceiro comercial do Brasil, após ruídos dos últimos anos. Do ponto de vista geopolítico e das relações internacionais, o Conselho de Relações Internacionais da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia três pontos de atenção pelas repercussões que discursos e ações equivocadas podem causar. São eles:

*conflito entre Rússia e Ucrânia: Lula já havia declarado a intenção de abordar o tema e propor uma negociação de paz com a participação da China, que mantém boas relações com a Rússia. A iniciativa é vista com ressalvas pelos países do Ocidente – e o momento é de tensão. Há algumas semanas, Jinping visitou Moscou, onde se reuniu com Vladimir Putin. Concomitantemente, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, fez uma visita-surpresa a Kiev, a qual pode ser encarada como uma resposta ao encontro entre China e Rússia;

*território de Taiwan: a ilha, reivindicada pelos chineses, é motivo frequente de tensão com os Estados Unidos. Há pouco tempo, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-Wen, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, Kevin McCarthy. O encontro causou descontentamento entre os chineses, que, em reposta, iniciaram uma série de exercícios militares, ao realizar um cerco à ilha, com artilharia pesada elevando as tensões;

*Huawei: a empresa tem participado da implantação da rede 5G no Brasi. No passado, o fato ocasionou pressão dos estadunidenses, em virtude do receio de que isso poderia provocar vazamento de dados e espionagem. Sendo assim, eventuais acordos que envolvam a companhia chinesa podem causar algum desconforto com os Estados Unidos e outros países do Ocidente.

Brics

A agenda do presidente Lula começou hoje (13) em Xangai, onde participou da cerimônia de posse da ex-presidente da República Dilma Rousseff, que assumiu a presidência do New Development Bank (NDB), o Banco do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Comércio

Embora a balança comercial seja superavitária para o Brasil, a pauta de exportação para a China, maior parceiro comercial do País, é concentrada em produtos primários, enquanto importamos bens industrializados de maior valor agregado. No ano passado, as exportações atingiram US$ 89,4 bilhões, alta de 1,4% em relação a 2021.

Em torno de 36% do total exportado é de soja, seguido por minério de ferro (20%), óleo bruto de petróleo (18%) e carne bovina (8,9%). As importações alcançaram US$ 60,7 bilhões, um crescimento de 27,5% em relação ao ano anterior. Válvulas e tubos termiônicos correspondem a 11% do total, seguido por compostos orgânico-inorgânicos (8,2%) e equipamentos de telecomunicações (6,9%).

Investimentos

A missão à China estava prevista para ocorrer no fim de março, mas foi adiada em decorrência de problemas de saúde do presidente Lula. Entretanto, conforme o previsto, uma comitiva recorde de empresários viajou ao país asiático, acompanhada de ministros, para realizar negócios e buscar investimentos. Da primeira fase da missão, já tivemos bons resultados, como o fim do embargo à venda de carne bovina do Brasil para a China.

Em Xangai, Lula ainda se reunirá com os presidentes da Huawei e a montadora BYD – interessada em assumir a antiga fábrica da Ford na Bahia, fechada em 2021.

Continuação da agenda internacional

Antes de retornar ao Brasil, Lula fará uma visita oficial aos Emirados Árabes, na capital Abu Dhabi. Já entre os dias 21 e 26 de abril, seguirá para Portugal e Espanha.

Saiba mais

Para saber mais sobre assuntos como este, conheça as ações do Conselho de Relações Internacionais da FecomercioSP.

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