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Economia

Revolução digital: Brasil não avançará se não houver atuação conjunta de empresas, governo e instituições de ensino para a capacitação profissional

Quem alerta é José Pastore, em reunião na FecomercioSP que recebeu o secretário-executivo do Ministério do Trabalho

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Revolução digital: Brasil não avançará se não houver atuação conjunta de empresas, governo e instituições de ensino para a capacitação profissional
"É um mundo onde é evidentemente necessária a parceria das empresas, do governo e das escolas", Pastore pondera (Foto: Edilson Dias / Arte: TUTU)

Apesar de as pequenas empresas terem a consciência da disponibilidade de ferramentas digitais cada vez mais avançadas, quase nunca têm os meios para utilizá-las ou para preparar os empregados para isso, de forma que precisam urgentemente de ajuda governamental e de um programa amplo de capacitação para ganharem mais competitividade, defendeu José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em reunião na Entidade que recebeu o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena da Silva, ocorrida na última segunda-feira (24).

No encontro, ele reforçou que o automatismo na qualificação dos empregados pelas empresas, a partir da disponibilização de programas de capacitação online, não ocorreu como se esperava. “Infelizmente, não existe esse automatismo. É preciso um trabalho humano mais dedicado. A empresa, sozinha, não dá conta de capacitar. A escola [técnica], sozinha, também não consegue acompanhar a demanda tecnológica tão veloz. O governo não tem como saber quais são as demandas dos vários ramos do comércio. É um mundo onde é evidentemente necessária a parceria das empresas, do governo e das escolas. A empresa para especificar a demanda, a escola para prover conhecimento e o governo para regular e dar incentivos para esse tipo de atividade. E não se trata apenas de qualificar, mas também de requalificar continuamente quem já está no mercado, pois as tecnologias chegam com velocidade meteórica — isso amedronta as pessoas e irá afetar fortemente os setores econômicos.”

O tema está cada vez mais presente nas reuniões e nos eventos da Federação. “Os conselhos da Entidade estão trabalhando juntos para elaborar propostas que ajudem as empresas nesse sentido, bem como os trabalhadores. Nos setores que representamos, a entrada da tecnologia está tão avançada quanto na indústria”, ressaltou Pastore. Ele ainda mencionou uma lei de 1975 que estimulava a capacitação ao conceder alívio tributário no Imposto de Renda (IR) para empresas que formulassem programas de qualificação aprovados e avaliados pelo governo. As instituições de ensino técnico auxiliavam com orientação ou, até mesmo, organização de cursos rápidos para prestar serviço às empresas. “Essa lei teve um sucesso muito grande, pois teve uma adesão enorme pelos pequenos negócios. Isso funcionou na época, mas não foi para frente. Agora é o momento de se rediscutir isso, de saber se o Brasil quer realmente destinar algum mecanismo tributário para melhorar a qualidade do nosso capital humano.”

Segundo Andriei Gutierrez, coordenador do Conselho de Economia Digital e Inovação da Federação, é preciso acordar para projetos de políticas públicas de longo prazo. “A revolução que vivemos ocorre com a transição de uma sociedade construída na manufatura para uma predominantemente digital. Esse é um dos grandes gargalos do Brasil nas próximas décadas. Toda transição pode ser mais tortuosa ou mais suave. Como torná-la mais suave? A questão da qualificação nas competências digitais é um ‘tiro certeiro’. Nós sabemos o rumo, mas precisamos debater como fazer.”

Já o secretário-executivo do Ministério do Trabalho acenou positivamente aos pleitos da Federação e sinalizou para a possibilidade de integração dos vários órgãos que fazem formação e qualificação profissionais para atender não somente às necessidades futuras do comércio, mas, também, às imediatas. “Os recursos do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], inclusive, podem se somar aos já existentes para desenvolvermos programas que atendam às necessidades do mercado. Queremos fazer um processo de cooperação com a FecomercioSP e com outras entidades para que possamos melhorar o processo de qualificação de empregados”, frisou Silva.

O tema foi recentemente discutido em amplo evento da Federação a respeito da urgência de políticas públicas para a capacitação profissional. Confira os destaques: 

Mundo em ebulição exige políticas públicas voltadas para capacitação digital

Futuro do trabalho: acompanhar novas tecnologias requer interface entre escola, empresa e governo

Digitalização: empresas precisam apostar em capacitação profissional

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