Legislação
26/04/2018Robotização é essencial para expandir agricultura e não deve eliminar empregos no setor, diz Eliseu de Andrade Alves
Assessor da presidência da Embrapa é um dos palestrantes do seminário "Como será o trabalho do futuro à luz de novas tecnologias?", que acontece na FecomercioSP
O agronegócio brasileiro emprega hoje aproximadamente 19 milhões de pessoas
(Arte: TUTU)
Máquina a vapor, motor elétrico, computador, internet e robôs são exemplos de mudanças tecnológicas de grande impacto nas cadeias produtiva e econômica. Além de avanços quanto à quantidade de insumos produzidos, essas tecnologias podem gerar também temores quanto à perda de vagas no mercado de trabalho.
Entre as transformações recentes, a robotização é a que mais gera questionamentos sobre o eventual aumento do desemprego. No entanto, em setores específicos – como a agricultura –, o aumento do uso da tecnologia pode surtir o efeito contrário.
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Para o assessor do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pesquisador, Eliseu Roberto de Andrade Alves, no Brasil, a automação da agricultura permitiu a expansão do território explorado, o que aumenta o número de empregos gerados e a produtividade. “A automação tomou emprego em fazendas que não produziam e criou condições para que esses locais pudessem empregar mais gente”, afirma.
“A expansão da agricultura gerou vagas, pois permitiu a existência do cultivo de áreas que não poderíamos ocupar sem a tecnologia”, prossegue Alves.
Ele será um dos palestrantes do seminário "Como será o trabalho do futuro à luz de novas tecnologias?", liderado pelo presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP, José Pastore, no dia 27 de abril, às 8h, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O evento, que pretende expandir o debate sobre o aumento da automação no mercado de trabalho, contará também com a participação do diretor do Departamento de Tecnologia e Emprego do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Thomas Philbeck, entre outros representantes dos setores da indústria, do comércio, da agricultura e do sistema financeiro.
“Diferentemente de países que não têm para onde expandir o cultivo, no Brasil ainda há espaço para trocar agricultura primitiva por agricultura moderna”, diz Alves. “Temos de considerar a agricultura em conexão com indústrias, cidades e produção de alimentos: quando se examina esse conjunto, a automação gera empregos. Para atender à demanda atual, precisamos aumentar a produção.”
No Brasil, o agronegócio emprega hoje em torno de 19 milhões de pessoas, de acordo com estudo feito pelo Centro de Estudos de Economia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), divulgado em dezembro de 2016.
“Não tenho nenhum receio de que a mecanização seja um empecilho ao emprego se considerado o conjunto: há ocupações da agricultura que produzem muito sacrifício para o trabalhador. A mecanização substitui pessoas em posições de sofrimento e permite que façam um trabalho melhor”, observa Alves.
Participe do evento "Como será o trabalho do futuro à luz de novas tecnologias?" e acompanhe todas as discussões sobre o tema. As inscrições são gratuitas.
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