Negócios
05/10/2017“Rua dos Evangélicos” diversifica público com a instalação do Tribunal de Justiça
Endereço focado no mercado gospel divide espaço no centro de São Paulo com prédio do governo
Ao mesmo tempo em que há quem comemore a chegada do Tribunal, que trouxe a circulação de novos consumidores em potencial, existe quem se queixe que o prédio tomou lugar das lojas
(Arte/TUTU)
A Rua Conde de Sarzedas, conhecida como “Rua dos Evangélicos” pela grande quantidade de lojas especializada em produtos religiosos, sofreu modificações após a abertura do Tribunal de Justiça, inaugurado em 2006.
Com a instalação do edifício, muitos estabelecimentos comerciais se mudaram para a parte mais baixa da rua. Apenas algumas galerias e lojas permaneceram no início da via. "A rua era 100% cristã. Hoje, por causa do Tribunal, tem terrenos que são do governo", explica o proprietário da Livraria El Shaddai, Gabriel de Freitas.
Ao mesmo tempo em que há quem comemore a chegada do Tribunal, que trouxe a circulação de diferentes perfis de pessoas – novos consumidores em potencial –, existe quem se queixe que o prédio tomou lugar das lojas. "Muitos que tinham comércio aqui se desfizeram, e outros recuaram. Agora, lá embaixo, tem muitos pontos de venda menores. O fluxo ficou concentrado lá e os espaços de locação ficaram mais caros", explica o gerente de vendas da Editora Central Gospel, Elielson Santos da Silva.
Em geral, os negócios na Rua dos Evangélicos vão além do lucro: estão à venda livros, CDs, roupas e acessórios inspirados nas crenças dos comerciantes. A via é conhecida como a única do País com essa vocação, atraindo compradores de diferentes Estados. Embora não haja um dado oficial, acredita-se que o número de lojas varia de 200 a 300, sem contar os camelôs.
O número de evangélicos no Brasil cresceu durante os últimos anos, o que faz aumentar também a demanda por produtos ligados à religião. Um levantamento do Datafolha, de 2016, mostrou que 29% dos brasileiros com 16 anos ou mais são evangélicos, contra 14% registrados em 1994. O segmento movimenta R$ 21,5 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos (Abrepe).
"Antes, 80% do mercado eram CDs e DVDs, mas hoje o forte é bíblia e material para a Santa Ceia", explica o dono da livraria Fonte Amor, Antônio Carlos Macedo, estabelecida na rua há 20 anos. Os vendedores de bíblias oferecem modelos variados para agradar todos: há exemplares com capas de pelúcia, versão em quadrinhos e com diferentes linguagens.
Há expectativa de que o Poder Público construa mais prédios na Conde de Sarzedas, em um terreno hoje já desocupado e sem atividade comercial, contribuindo ainda mais para que a concentração das lojas evangélicas permaneça da metade para baixo da rua.
Saiba mais sobre a rua dos evang na edição 52 da revista C&S.
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