Economia
17/04/2018“Se eleger um presidente que continue as reformas e os ajustes, o País deve acelerar o crescimento”, diz Juan Jensen
Economista fala ao UM BRASIL sobre previsão para o PIB no último ano do governo Temer e analisa possíveis resultados do pleito de outubro
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“Temos espaço para crescer sem gerar pressão inflacionária, porque existe capacidade produtiva. No entanto, essa produção não vem porque há incertezas", diz Jensen
(Foto: Christian Parente/TUTU)
“Não basta para o próximo presidente do Brasil ter um programa que vá em direção às reformas [política e da Previdência Social]. É preciso ter um governo que consiga, de fato, dialogar com a sociedade e com o Congresso Nacional para implementar essas reformas”, defende o economista Juan Jensen. Sócio da 4E Consultoria, ex-sócio da consultoria Tendências, professor do Insper e membro do conselho de administração do BNDES, Jensen é entrevistado pelo canal UM BRASIL, em parceria com o InfoMoney, para comentar os cenários político e econômico no momento em que o País se prepara para o início das campanhas presidenciais.
Em conversa com o editor-chefe do InfoMoney, Thiago Salomão, e o professor e analista político Humberto Dantas, Jensen comentou também suas projeções para o PIB deste ano. Enquanto a maioria dos analistas projeta crescimento de até 3% para a economia brasileira, a 4E Consultoria prevê alta de apenas 1,9% para o PIB de 2018.
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“Em 2017, o consumo das famílias teve como motor a liberação das contas inativas do FGTS, e a queda forte da inflação, que aumentou o poder de compra dos salários. Quando você entra em 2018, não há FGTS nem crescimento da renda, pois a inflação deixa de cair”, explica Jensen. “O salário mínimo subiu 1,8% do ano passado para este. A inflação para este ano deve ficar baixa – mas será de 3,5% a 4% ao ano. Ou seja, o poder de compra do salário mínimo vai cair neste ano quase 2%. Se vai cair o salário mínimo, não tem FGTS e não tem renda, o que sustenta o consumo?”, questiona o entrevistado.
Segundo ele, uma possível resposta para essa questão seria o aumento do emprego. “Há um pouco mais de emprego formal, e isso ajuda a dinamizar o consumo”, afirma.
“Temos espaço para crescer sem gerar pressão inflacionária, porque existe capacidade produtiva. No entanto, essa produção não vem porque há hesitação: o consumo e o investimento não crescem fortes por incertezas políticas”, defende Jensen. “Precisamos destravar essa incerteza, saber o resultado da eleição, e ai veremos um Brasil que pode se expandir bem mais entre 2019 e 2022”. Segundo ele, se o Brasil, de fato, eleger um presidente que continue com as reformas econômicas e os ajustes, o País tem tudo para acelerar seu crescimento a partir do ano que vem.
Veja a entrevista completa:
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