Sustentabilidade
17/10/2016Sustentabilidade: de causa nobre a novo modelo de negócio
Segundo especialista, o conceito precisa ser a base do planejamento estratégico de empresas de todos os portes
Nenhum negócio pode ser sustentável sem esse balanceamento em suas práticas
(Arte TUTU)
Por Deisy de Assis
A sustentabilidade é uma diretriz chave no planejamento de grandes companhias. Embora ainda seja vista como um conjunto de ações que demandam investimentos inviáveis por empresas menores, ela é, na verdade, a base fundamental para um negócio de sucesso, independentemente de seu porte ou segmento.
O conceito nada mais é do que o equilíbrio entre os aspectos social, ambiental e econômico em cada decisão tomada em uma instituição. Assim, nenhum negócio pode ser sustentável sem esse balanceamento em suas práticas.
“A maior parte das grandes empresas, se ainda não a tem como a raiz de seu planejamento, possui ao menos políticas ou práticas sustentáveis”, afirma o presidente da consultoria Ideia Sustentável, Ricardo Voltolini, especialista em estratégia e inteligência no assunto.
Ele se refere às corporações cuja sustentabilidade está em todos os tipos e fases das decisões dos processos. Isso se vê, por exemplo, com sistema próprio de tratamento da água, venda ou doação dos resíduos sólidos gerados, política de redução do consumo e combate ao desperdício, investimento em área verde em sua sede ou em área apadrinhada, programas de promoção de saúde e qualidade de vida aos funcionários, implementação de conduta ética nos processos das diversas áreas contra a corrupção, escolha criteriosa de fornecedores e produtos que tenham efeito positivo nas finanças da empresa, no meio ambiente e nas pessoas envolvidas nessa cadeia.
Já as que Voltolini menciona que ainda não têm o conceito como base do planejamento, mas possuem políticas, são as que promovem ações como essas, pontualmente, introduzindo a diretriz em apenas algumas condutas, o que representa um caminho iniciado rumo à sustentabilidade.
Segundo ele, desde que começou a atuar na área, há 18 anos, tem visto progresso, apesar de lento, nas companhias brasileiras. “Nas de médio porte a conduta já tem espaço na agenda de seus presidentes.”
Mudança de mentalidade
Em contrapartida, nas micro e pequenas empresas, o conceito, de maneira geral, é incompreendido e considerado inalcançável por questões financeiras, o que Voltolini atribui à falta de informação, um fator que gera o principal entrave para a mudança cultural necessária.
No universo de negócios menores, as escolhas têm sido feitas, de acordo com o especialista, basicamente levando em conta a economia imediata dos recursos da companhia. Por exemplo, quando é preciso investir em um equipamento, se a versão mais ecológica for mais cara, ainda que no longo prazo represente economia, a opção por outra menos eficiente é feita, pelo custo.
A assessora do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, frisa que essa realidade precisa mudar. “É preciso que haja uma mudança de mentalidade para condutas coerentes não apenas por um planeta mais equilibrado, mas para negócios mais promissores.”
A dica de Voltolini é que todas as decisões das empresas, micro ou pequenas, sejam tomadas respeitando três aspectos: meio ambiente, pessoas e economia. A sugestão é começar com medidas simples.
Começando pelo trivial
Atitudes como pensar em formas para reduzir o consumo de recursos como água e energia elétrica - o que entra nos quesitos econômico e ambiental e não necessita de grandes planos estratégicos para serem colocadas em prática -; preocupar-se com a origem de seus produtos e a conduta de seus fornecedores e atentar-se à qualidade de vida dos funcionários - fator que cumpre uma missão social, embora em escala menor que as ações fora da empresa.
Todas essas são medidas simples que mostram que a sustentabilidade é um novo modelo mental possível para negócios de todas as áreas, do qual depende a competitividade das companhias.
Segundo Voltolini, nesse modelo estão diretrizes como ética, transparência, integridade, responsabilidade e respeito ao outro e ao meio ambiente, independentemente do tamanho da empresa e da dimensão dos seus impactos. “Todas as atividades econômicas têm o dever de garantir melhores condições às gerações futuras.”
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