Negócios
06/04/2017Tomar empréstimo para capital de giro exige foco na aplicação dos recursos financeiros
Valores recebidos via cartão de crédito podem ser oferecidos como garantia a instituições financeiras
Na ausência de reservas, o financiamento pode ser uma opção mais viável do que o uso de cheque especial ou cartão de crédito, uma vez que suas taxas de juros são altas
(Arte TUTU)
Capital de giro é como são chamados os recursos necessários para o pagamento de todas as contas de uma empresa – como tributos, fornecedores, aluguel do imóvel, entre outros. Se a companhia não tem dinheiro suficiente para esse “giro”, a aquisição de financiamento é uma alternativa. Entretanto, requer um projeto bem estruturado e que evite desfalques maiores nas finanças.
É o que alerta o professor de dinâmica de mercado financeiro do curso de administração da ESPM, Bruno Henrique de Araújo. “Não gosto muito da ideia de fazer antecipação de recursos. Acho que é um risco de ficar sem dinheiro no futuro.”
Reserva
O ideal seria que todas as empresas tivessem um fundo de reserva. Ele é um auxílio em casos de imprevistos e pode evitar o comprometimento da saúde financeira do negócio. “É um dos itens que não deve faltar em uma boa gestão financeira”, avalia o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Pascalicchio.
Esse dinheiro deve ser próprio para garantir maior flexibilidade e agilidade na tomada de decisões. O ideal é ter no fundo de reserva o valor equivalente a, pelo menos, três meses dos custos operacionais, mais os encargos. A recomendação é destinar, mensalmente, até 10% da receita operacional líquida (há quem sugira até 30%).
Financiamento
Na ausência de reservas, o financiamento pode ser uma opção mais viável do que o uso de cheque especial ou cartão de crédito, uma vez que suas taxas de juros são altas.
Segundo Araújo, primeiramente é preciso definir a quantia que será necessária. “Tenha um bom projeto e saiba onde quer chegar”, diz o especialista, referindo-se a informações como: o que será feito com o dinheiro, como será usado e quais as metas.
“O correto é ter um histórico da atuação com as fontes de recursos da empresa. Quanto maior a garantia das fontes, mais fácil obter um capital de giro”, explica o professor.
É importante se atentar aos cálculos dos custos do empréstimo, as tarifas e os tributos que incidem sobre o crédito que está tomando, como o Imposto sobre Operações de Crédito e Câmbio e Seguros (IOF). Uma alternativa é verificar as linhas de microcrédito, que geralmente oferecem taxas de juros mais baixas e condições de pagamento mais flexíveis.
Garantias
É fundamental oferecer segurança às instituições financeiras com as quais está sendo pleiteado o financiamento. No caso de um comércio varejista, por exemplo, é possível deixar como garantia os valores recebidos de clientes via cartão de crédito.
Ele cita ainda a chamada “Operação fumaça”, um método no qual se multiplica (por duas, três ou quatro vezes) o valor que o empresário receberia por mês nessas transações de venda e destina-se a quantia à companhia.
Outra opção mencionada por Araújo é que o estoque também seja usado como garantia.
Uma vez contraída uma linha de crédito, ela deve ser acrescentada ao planejamento financeiro da empresa, garantindo que as parcelas sejam pagas até o fim.
Confira a entrevista com Bruno Henrique de Araújo:
Outras dicas estão disponíveis na Cartilha 10 passos para empreender melhor, que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mantém on-line para auxiliar os empresários.
Veja também:
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