Economia
07/03/2024Transportes sobem quase 5% em 12 meses, mas custo de vida na RMSP desacelera
Custos com saúde e educação também começaram o ano em alta; para FecomercioSP, números de janeiro são positivos, embora alertem para aumentos nos próximos meses
O custo de viver na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) voltou a desacelerar no primeiro mês do ano, segundo a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Depois de subir quase 0,5%, em dezembro, o índice apontou ligeira alta de 0,27% em janeiro [gráfico 1]. Em 12 meses, o custo de vida na RMSP cresceu 3,59%, volume bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando essa taxa era de 6,3%.
Segundo a FecomercioSP, o resultado de janeiro foi positivo, mas as altas registradas em grupos relevantes na composição dos orçamentos das famílias — como o de transportes, habitação e alimentação — indicam uma tendência que pode se manter ao longo de 2024.
[GRÁFICO 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
SÉRIE HISTÓRICA (12 MESES)
Fonte: FecomercioSP
A variação nos preços dos transportes é particularmente preocupante, na visão da Entidade: em 12 meses, esse grupo já teve alta de 4,84%, segundo a pesquisa [tabela 1]. A taxa chama a atenção porque tende a impactar todos os outros segmentos econômicos, cujos custos são repassados para o consumidor final. Além disso, combustíveis mais caros afetam com mais força o orçamento doméstico das famílias mais pobres.
[TABELA 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
Fonte: FecomercioSP
Além dos transportes, os grupos mais inflacionados em 12 meses foram os de educação (7,39%), saúde (7,25%) e despesas pessoais (4,53%). Na contramão, os Artigos do Lar ficaram mais baratos (-2,25%).
Os alimentos também começaram 2024 subindo 0,20%, aproximando-se da casa dos 2% em 12 meses. O número é resultado dos ajustes em produtos in natura, que estão sendo mais demandados, mas menos ofertados no mercado. Além disso, itens comuns dos serviços, como a cerveja (1,3%) e o refrigerante (1,1%), puxaram o indicador para cima em janeiro.
As despesas pessoais, porém, é o que ocupam o topo da lista de variação na avaliação mensal, subindo 0,96% em janeiro, na comparação a dezembro. De acordo com dados da Federação, esse resultado foi influenciado, principalmente, pelos maiores gastos com despachantes (3,3%) e pelo encarecimento dos serviços relacionados a lazer, como boates e danceterias (2,9%), além de ingressos para o cinema (2,1%). A alta dos preços de produtos de saúde e cuidados pessoais (0,85%), por sua vez, se explica pelo aumento significativo de alguns serviços, como dentistas (2,1%) e os reajustes de 0,8% nos planos de saúde. Os itens de beleza subiram 3% em janeiro, mesma margem de elevação dos perfumes.
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Se estão em evidência na comparação anual, os transportes registraram queda tímida (-0,09%) em relação ao mês anterior, mas com mais força no bolso das classes de renda mais baixas. Para a Classe E, essa retração foi de 0,58%, por exemplo. Pelo lado dos serviços, colaboraram ainda as reduções das passagens aéreas (-14,27%) e das tarifas dos ônibus urbanos (-13,66%).
Índice de Preços no Varejo (IPV)
O IPV subiu 0,17%, em janeiro, com uma alta acumulada de 5,95%. Em 2023, o indicador acumulava 6,18% no ano. Dentre os oito grupos que compõem o índice, dois encerraram dezembro com decréscimo nas variações médias: habitação (-0,54%) e transportes (-0,44%). A contribuição que mais corroborou para a alta do resultado foi a do grupo de saúde e cuidados pessoais (0,85%). O acumulado dos últimos 12 meses foi de 5,7%.
Índice de Preços nos Serviços (IPS)
O IPS variou 0,37%, acumulando alta de 6,18%. O indicador acumulava 0,59%, em janeiro do ano passado, e 6,04%, no período compreendido entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023. Dentre os oito grupos que compõem o índice, apenas um encerrou janeiro com decréscimo nas variações médias: artigos e residência (-0,33%). A contribuição que mais corroborou para a alta do resultado foi a do grupo habitação (-0,85). O acumulado dos últimos 12 meses foi de 4,53%.