Sustentabilidade
03/03/2016Troca da bandeira tarifária não alivia custos do comércio com energia
Varejo deve apostar em equipamentos eficientes para reduzir consumo de energia
Uso de equipamentos de menor consumo energético é única forma de reduzir custo
(Arte TUTU)
Por Deisy de Assis
As tarifas de energia elétrica sofreram um aumento de aproximadamente de 50% em 2015. Por isso, a redução de 3% que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu para os preços a partir de março – em decorrência da troca da bandeira tarifária do vermelho para o amarelo – não é significativa. De acordo com o presidente do Conselho de Sustentabilidade, José Goldemberg, as interferências negativas no setor de comércio e de serviços continuarão.
“Os impactos para as atividades no comércio de bens e de serviços são muito sérios. Principalmente porque oneram principalmente a população de baixa renda, que muda o comportamento de consumo e interfere nas vendas”, ressalta Goldemberg.
O encarecimento da energia elétrica está fortemente relacionado à falta de chuvas, que obrigou o governo a acionar usinas termoelétricas que usam gás (em sua maioria) e produzem eletricidade muito mais cara que as hidroelétricas. Também houve interferência da Medida Provisória nº 579, que baixou as tarifas em 20% e cujos resultados tiveram que ser compensados em elevações posteriores.
Segundo Goldemberg, agora que a situação das hidroelétricas melhorou, parte das termoelétricas está sendo desligada e as tarifas podem ser reduzidas, mas em uma medida que não compensa o aumento de cerca de 50% que foi feito no ano passado.
Medidas
Com o difícil cenário da conjuntura econômica nacional, a economia no consumo de energia é a única medida para reduzir os custos. “Isso se dá com a utilização de equipamentos de uso final mais eficiente nos estabelecimentos comerciais”, aponta José Goldemberg, referindo-se aos que possuem tecnologia de baixo consumo.
O presidente do Conselho de Sustentabilidade não acredita em nenhuma medida imediata para mudança do quadro dos altos preços. “Apenas a expansão da produção de energia elétrica com hidroelétricas ou outras fontes, como energia eólica ou solar, poderia atenuar a situação. Mas tal ampliação passa pela realização de leilões para fontes inéditas que sejam mais flexíveis e atraentes”, diz.
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