Economia
13/10/2021Turismo de negócios contribui para alta do turismo, na capital paulista, em agosto
Mês registra a quarta evolução consecutiva do índice mensal de atividade do setor; taxa de ocupação hoteleira se aproxima dos 50%
"Eventos sociais serão catalisadores de ocupação em hospedagem e transporte, especialmente aos fins de semana", afirma Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP
(Arte: TUTU)
A taxa de ocupação dos hotéis está se aproximando a 50% na cidade de São Paulo, demonstrando fôlego mesmo após o período de férias escolares, em julho. A recuperação é influenciada, principalmente, pelo turismo de negócios – atividade extremamente importante para a cadeia hoteleira da capital – cujo número-índice ficou em 82,9, em agosto, 19% abaixo da média do primeiro bimestre de 2020, período pré-pandemia. Os dados são do Índice Mensal de Atividade do Turismo de São Paulo (IMAT-SP), do Conselho de Turismo (CT) da FecomercioSP em parceria com a SPTuris.
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No mês de agosto, o IMAT-SP registrou aumento de 1,6%, em relação a julho, alta de 59,9% no contraponto anual – é o quarto crescimento consecutivo. Com as bases de comparação mensal e anual já se aproximando de quadros mais similares e condições relativamente normais, a partir de agora, as variações tendem a aparecer de forma menos acentuada. Os resultados no mês apontam para um caminho de recuperação consistente. O ritmo, no entanto, tende a ser mais lento, mesmo com o avanço da vacinação e a redução das restrições.
Em agosto, o emprego no setor continuou sua trajetória de expansão. Foram quase 6 mil trabalhadores formais a mais em quatro meses. Houve registro de crescimento de 0,6% na comparação com julho. A variação do emprego, em relação às demais variáveis que integram o IMAT-SP, costuma ser pequena, já que depende da decisão das empresas de contratarem pensando no planejamento empresarial de médio e longo prazos, e não apenas da escolha individual, como ocorre com as demais atividades.
O número de passageiros nos terminais rodoviários da capital cresceu 2% na comparação mensal. Desta forma, o índice está em 41,7 – maior nível desde março do ano passado. As férias de julho, o encarecimento e oferta limitada no transporte aéreo, além do aumento do preço dos combustíveis e da tarifa para locação de veículos, são razões para a escolha desta alternativa pelo consumidor.
No sentido contrário ao restante, a movimentação nos aeroportos de São Paulo e região retraiu 5,6% em agosto. Menos de 3 milhões de passageiros passaram pelos terminais aeroportuários no mês – quase três vezes mais do que no mesmo período do ano passado, momento em que ainda havia forte restrição de circulação e a malha aérea estava limitada. A expectativa é que a retomada aconteça a partir de novembro e siga até o carnaval.
Já o faturamento das empresas ficou praticamente estável, com variação de -0,4% na comparação mensal. Com a retomada dos eventos ao longo do segundo semestre, o índice deve acompanhar a tendência positiva do setor. Em novembro, por exemplo, ocorrem vários eventos programados para o mesmo fim de semana.
Desafios e oportunidades
Na avaliação da Federação, os eventos devem se destacar no fim do ano, contribuindo para o avanço do indicador. O setor foi um dos que mais sofreu ao longo da pandemia. Contudo, neste momento, altamente treinado e preparado para atender a orientações e exigências.
Mariana Aldrigui, presidente do CT da FecomercioSP, destaca que, nos próximos meses, os empresários da cidade terão de lidar com o crescimento na demanda e a alta dos custos operacionais em razão da inflação e da pressão dos consumidores na busca por descontos.
"Eventos sociais serão catalisadores de ocupação em hospedagem e transporte, especialmente aos fins de semana. São Paulo tem grandes oportunidades no desenvolvimento de produtos para os segmentos de compras, gastronomia e cultura," afirma.